Publicidade
Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Quinta - 16 de Julho de 2009 às 07:46
Por: Ana Paula Bortoloni

    Imprimir


Pena foi substituída por prestação de serviço no hospital do Câncer, a ser cumprida por 1 ano, aos sábados

O cirurgião plástico Samir Khedi foi condenado a 1 ano e 4 meses de detenção pela morte da gerente administrativa Rosimere Aparecida Soares, 30, ocorrida em 22 de dezembro de 2007 durante diversos procedimentos cirúrgicos estéticos. A juíza Flávia Catarina Oliveira de Amorim Reis, da 10ª Vara Criminal de Cuiabá, entendeu que o réu cometeu homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Como ele não tem antecedentes criminais, a pena foi substituída por prestação de serviços, que deverá ser feita no Hospital do Câncer, 8 horas por semana, durante 1 ano, aos sábados. Samir ainda terá que pagar multa de 10 salários mínimos. A pena passará a valer em 19 de agosto, quando será feita audiência admonitória.

Rosimere buscou a clínica de Khedi para cirurgia no nariz, nas axilas, abdômen, panturrilha, nádegas e culotes. A causa da morte foi perfuração da veia cava inferior, provocada pela cânula de metal que foi inserida para aspirar excessos gordurosos do contorno corporal.

Na sentença, a juíza entendeu que o médico foi imprudente e negligente ao operar a vítima, já que ela tinha porte atlético e possuía pouca gordura, tanto que assumiu que a aconselhou a colocar prótese na panturrilha, "o que leva a concluir que não estava completamente seguro para realizar o procedimento por ela exigido. Era ele o possuidor de capacidade técnica e só a ele cabia avaliar os riscos, alertar a paciente sobre eles e em caso de renitência, negar-se a realizar o procedimento".

A magistrada descartou a possibilidade de a perfuração ter sido provocada pela agulha de anestesia, conforme alegou o médico. "Não se trata aqui, de afirmar que não tivesse ele domínio da técnica que empregou, no entanto, no caso sob exame, há que se considerar que confiando demais em sua destreza, sem pensar no possível insucesso, errou, sendo que esse é próprio de qualquer ser humano". As perfurações só foram detectadas após a realização da exumação do corpo da vítima.

A mãe de Rosimere, Suéde Clemente Soares, não ficou satisfeita com a condenação, porque ela esperava a prisão do acusado. "Só quem perde sou eu, que não tenho mais a minha filha ao lado. Hoje eu vejo o mundo em preto e branco. Não vejo mais graça em nada".

Ela critica a estrutura da clínica para este tipo de cirurgia e afirma saber de mais casos de erros envolvendo o médico, porém que não foram investigados.

Rosimere deixou um filho de 10 anos.

O advogado do réu, Marcos Barros, afirma que vai recorrer da decisão, e que seu cliente não entende o que provocou a perfuração da veia cava, só garante que não foi culpa dele.

Paralelamente ao processo criminal, o Conselho Regional de Medicina (CRM) também abriu procedimento administrativo para apurar a morte da jovem a partir de análise técnica. A investigação, que pode culminar com a cassação do registro do médico ainda não tem prazo para conclusão.





Fonte: A Gazeta

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/157188/visualizar/