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Internacional
Sexta - 05 de Junho de 2009 às 11:14

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Uma explosão em uma mesquita sunita deixou ao menos 30 mortos nesta sexta-feira na região do Alto Dir, no noroeste do Paquistão.

O atentado ocorreu no mesmo dia em que o enviado dos Estados Unidos, Richard Holbrooke, se encontrou com autoridades paquistanesas, incluindo o primeiro-ministro, Yusuf Raza Gilani, que solicitou a Washington que amortize uma dívida paquistanesa para ajudar o país a lidar com desafios como os milhões de pessoas refugiadas com a ofensiva contra o grupo radical islâmico Taleban no vale de Swat.

O oficial administrativo da área, Atif ur Rehman, disse à agência Associated Press que o número de mortos no atentado ainda pode aumentar. "O último relatório que recebi afirma que 30 corpos foram identificados. Não posso dizer quantos mais foram mortos, mas existem outras pessoas que ficaram feridas na explosão."

Segundo ele, a natureza do ataque ainda é desconhecida, embora a hipótese mais provável seja que a ação tenha sido cometida por um terrorista suicida. Até agora, nenhum grupo reivindicou a autoria do atentado.

Dir é um distrito próximo do conflituoso vale de Swat, que concentra as operações do Exército paquistanês na ofensiva contra os talebans. Desde o final de abril, pelo menos 1.300 fundamentalistas morreram, segundo cálculos militares. O Exército estima que ainda vai levar pelo menos mais dois meses até que a região esteja livre dos extremistas. Os militares devem ficar no vale por pelo menos mais um ano, principalmente porque a área sofre com uma presença mínima da polícia.

Durante uma reunião com comandantes nesta quinta-feira, o chefe do Exército paquistanês, general Ashfaq Parvez Kayani, disse que a maré no Swat "decisivamente virou" e que os maiores centros populacionais e estradas que levam ao vale estão livres da resistência taleban. Mas ele afirmou que as forças de segurança continuarão procurando por líderes extremistas e que episódios de violência isolados podem continuar a ocorrer.

Em represália às operações do Exército, extremistas têm realizado atentados em vários locais do país. A maioria deles tem como alvo as forças de segurança, mas alguns ataques foram realizados à mesquitas.

Em 27 de março, um suicida explodiu a carga que carregava numa mesquita cheia de fiéis em Jamrud, no noroeste do país, matando quase 50 pessoas.

Dívida

O primeiro-ministro paquistanês, Yusuf Raza Gilani, pediu nesta sexta-feira que os EUA cancelem a dívida de US$ 1,55 bilhão do país, e alegou que a guerra contra militantes islâmicos e o deslocamento de dezenas de milhares de pessoas do vale do Swat agravaram a crise econômica pela qual passa o Paquistão.

Gilani disse ao enviado especial americano Richard Holbrooke que a administração dos EUA deve agilizar o envio de equipamento militar e trabalhar com o Congresso para aumentar substancialmente a ajuda financeira ao país.

Mais cedo, Holbrooke havia anunciado que Washington pretende dar ao Paquistão US$ 200 milhões, além dos US$ 110 milhões já prometidos, para ajudar o país a lidar com as pessoas que tiveram de abandonar suas casas na região do vale do Swat --estima-se em 2,5 milhões o número de paquistaneses deslocados internamente.

O enviado americano disse que os EUA irão analisar o pedido de cancelamento de dívida e que medidas estão sendo tomadas para acelerar o envio de suplementos militares, segundo um comunicado divulgado pelo gabinete do primeiro-ministro. O Paquistão é vital para os esforços americanos em derrotar a Al Qaeda e o Taleban no vizinho Afeganistão.

Nos últimos oito anos, os EUA destinaram US$ 10 bilhões em ajuda para Islamabad e a administração do presidente Barack Obama pede por US$ 1,5 bilhão adicional para os próximos cinco anos, para impulsionar o desenvolvimento civil no Paquistão como parte de sua estratégia para a região.

Com Reuters, Efe, France Presse e Associated Press





Fonte: Folha Online

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