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Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Quarta - 20 de Maio de 2009 às 16:30
Por: Vagner Magalhães/Direto de São

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A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, deixou nesta tarde o hospital Sírio-Libanês, em São Paulo onde estava internada desta terça-feira. Ela saiu pela porta da frente do hospital, caminhando sozinha. E mostrou boa disposição. De acordo com sua previsão, ela deve voltar a despachar nesta quinta-feira. A previsão é de que seu retorno a Brasília se dê até amanhã pela manhã. Nesta quarta-feira, por precaução, ela deve permanecer em São Paulo.

Bem-humorada, ela disse estar usando uma "peruquinha básica" e afirmou que vai esperar o cabelo crescer até uma altura razoável para abandoná-la. "Quando o cabelo começar a crescer e tiver mais ou menos do tamanho de um corte masculino, eu espero poder tirar a peruca, que é muito chato", disse.

Em uma rápida entrevista, Dilma considerou de mau gosto afirmações atribuídas à oposição que a doença poderia colocar a sua candidatura à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em risco.

"Eu acho de muito mau gosto misturar uma doença que é hoje grave com questões políticas. E acho que a própria população vai entender que isso não é adequado".

A ministra afirmou que sua internação foi provocada por uma reação ao medicamento cortisona.

"Ontem eu estava com muita dor nas pernas, porque eu tenho uma reação quando se tira cortisona. Eu tomei cortisona em doses altas nos dias 16, 17 e 18 e, no dia 19, ela caiu bruscamente, foi suspensa e aí me deu essa dor muscular muito forte. Aí eu vim para cá, fizeram os exames. Chegaram à conclusão que era isso. Repuseram em doses bem menores. E vão tirar lentamente o medicamento a partir de agora", afirmou.

Segundo ela, as dores nada têm a ver com o seu ritmo de trabalho. "Isso não teve nada a ver com ritmo de trabalho. Não deriva disso. Deriva fundamentalmente do que a gente não espera. Cada pessoa reage de um jeito a certos remédios. Eu tenho uma reação se tirar a cortisona de mim. Algumas pessoas também têm, muito forte", disse.

Dilma agradeceu às pessoas que torceram por ela e disse que todos têm sido muito solidários.

"Eu queria aproveitar e agradecer a quantidade de solidariedade nesse período, inclusive ontem e hoje. As pessoas foram muito solidárias. Agradeço àquelas que estão rezando as que torcem por mim e àquelas que me encontram e dizem que vai passar. Ontem foi um dia ruim. Dor é sempre desagradável, mas quando ela passou, não tinha nada de mais complicado. Eu já estou boa", disse.

Dilma foi hospitalizada na madrugada de terça-feira com fortes dores nas pernas devido a uma miopatia (alteração anormal das fibras musculares). A ministra reclamou de dores na tarde da segunda-feira em seu gabinete, em Brasília, e os remédios receitados deram apenas alívio momentâneo, por isso, ela preferiu ser atendida pelos médicos que a tratam contra o câncer, em São Paulo.

A ministra está sendo submetida à quimioterapia de forma preventiva, porque, até agora, os médicos encontraram um linfoma na região da axila, extraído de forma bem-sucedida e precoce no mês passado. De acordo com os médicos, a quimioterapia pode garantir que o problema não se repita.

Perguntada sobre candidatura à presidência em 2010, Dilma declarou: "eu não falo sobre isso nem amarrada".

O que é linfoma

O linfoma é uma forma de câncer que tem origem nos gânglios linfáticos, que atuam no sistema imunológico do organismo combatendo infecções (vírus, fungos e bactérias) e o próprio câncer (células tumorais). Os linfomas geralmente atacam os tecidos de órgãos como estômago ou intestino, por exemplo, e também a medula óssea e o sangue.

Existem dois tipos de linfoma: o de Hodgkin e o não-Hodgkin. Para o linfoma de Hodgkin, o tratamento mais comum é a poliquimioterapia com ou sem radioterapia. Quando há o retorno da doença, são disponíveis alternativas, dependendo da forma do tratamento inicial empregado. As opções mais utilizadas são o emprego de poliquimioterapia e do transplante de medula.

Já nos casos não-Hodgkin, a maioria dos linfomas é tratada com quimioterapia, radioterapia ou ambos. A imunoterapia pode ser incorporada ao tratamento, incluindo anticorpos monoclonais e citoquinas, isoladamente ou associados à quimioterapia.

A quimioterapia consiste na combinação de duas ou mais drogas, de acordo com o tipo de linfoma não-Hodgkin. A radioterapia é usada, em geral, para reduzir a carga tumoral em locais específicos, aliviar sintomas ou também para consolidar o tratamento quimioterápico, diminuindo as chances de recaída.

Para linfomas com maior risco de invasão do sistema nervoso (cérebro e medula espinhal), faz-se terapia preventiva, consistindo de injeção de drogas quimioterápicas diretamente no líquido cérebro-espinhal, e/ou radioterapia que envolva cérebro e medula espinhal.





Fonte: Redação Terra

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