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Economia
Quarta - 22 de Abril de 2009 às 13:27
Por: Bruno Garcez

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A economia brasileira deverá sofrer uma retração de 1,3% em 2009, mas deverá retomar o crescimento em 2010, ainda que com uma taxa de apenas 2,2%.

É essa a estimativa do Fundo Monetário Internacional (FMI) publicada na edição mais recente do relatório World Economic Outlook (Panorama Econômico Global), divulgado nesta quarta-feira.

A projeção é significativamente inferior à feita pelo Fundo em janeiro deste ano, de que a economia do Brasil cresceria 1,8% em 2009.

De acordo com o Fundo, a implantação de políticas macroeconômicas prudentes na América Latina serviu para atenuar os efeitos da crise, mas as economias da região foram muito afetadas por declínios em volumes de exportação, preços baixos de commodities e condições de financiamento externas desfavoráveis.

Efeitos da crise

O relatório acrescenta que ''o estresse do setor financeiro e a desalavancagem das economias do mundo desenvolvido estão elevando os custos de empréstimos e reduzindo os fluxos de capitais destinados à América Latina e ao Caribe''.

O documento afirma ainda que o declínio nos preços mundiais de commodities está atingindo as principais economias da região - Argentina, Brasil, Chile, México e Venezuela.

Entre os grandes exportadores da região, no entanto, o Brasil não é um dos que sofrerá maior retração, segundo o FMI.

O declínio mais forte deverá ser o do México, que terá retração de 3,7%, e, na avaliação do Fundo será o ''lanterninha'' da América Latina.

Entre as demais nações latino-americanas, aquelas cujas economias também deverão sofrer retração são as da Venezuela (2,2%), Equador (2%) e Argentina (1,5%).

A economia chilena deverá ter um crescimento de meros 0,1%, mas o FMI estima que o PIB peruano registrará o crescimento mais expressivo da América Latina, de 3,5%.

Emergentes

Segundo o FMI, a economia das nações emergentes e em desenvolvimento como um todo deverá crescer a uma ''taxa modesta'' de 1,6% em 2009, subindo para 4% em 2010.

O relatório conclui que a América Latina está sofrendo os efeitos de choques múltiplos, semelhantes aos que vêm afetando a Europa Central e o Leste Europeu.

Mas que, diferentemente dos países emergentes da Europa, as nações latino-americanas contam com balanças de pagamento relativamente fortes, tanto no setor privado como público, e sistemas bancários com maior autonomia em relação às instituições financeiras do mundo desenvolvido.

Perdas e danos

As perdas que o FMI estima, por sinal, para algumas das nações do Leste Europeu serão bastante significativas.

O Fundo avalia que a Rússia sofrerá retração de 8% neste ano, e que o crescimento negativo da Letônia, por exemplo, chegaria à impressionante cifra de 12%.

Entre os países ricos, os Estados Unidos deverão sofrer retração de 2,8% em 2009. E o Fundo avalia que, no ano que vem, o PIB americano não registrará qualquer crescimento.

Para a zona do euro, a estimativa é de crescimento negativo de 4,2%.

A Ásia sofrerá ligeiros estímulos propiciados pelo crescimento das principais economias da região, China (6,5%) e Índia (7,3%), mas, ainda assim, o continente deverá ter países cujos PIBs sofrerão retrações consideráveis, como Cingapura (10%), Taiwan (7,5%) e Coreia do Sul (5,6%).





Fonte: Da BBC Brasil em Washington

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