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Politica Brasil
Quinta - 19 de Março de 2009 às 12:41
Por: Valdeque Matos

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O deputado Percival Muniz (PPS) sugeriu que o estado intervenha nas plantas frigoríficas fechadas em Mato Grosso e garanta a produção. A proposta do parlamentar socialista foi feita durante a audiência pública realizada na tarde desta quarta-feira, dia 18, para discutir a crise que afetou a pecuária mato-grossense por causa do fechamento de diversas plantas frigoríficas.

“A exemplo do que já foi feito no Paraná, o Estado precisa intervir nessa plantas fechadas para que possa funcionar de forma emergencial”, defendeu, sugerindo ainda que seja discutida a criação de um fundo, bancado pelos produtores, para que possam ser evitados calotes.

Juntamente com o deputado Otaviano Piveta (PD), Muniz foi quem solicitou que a Comissão Permanente de Indústria, Comércio e Turismo provocasse o debate, no qual os representantes do setor da pecuária em Mato Grosso, ligados a Acrimat (Associação de Criadores de Mato Grosso) e Famato (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso), puderam fazer suas reivindicações e debater alternativas, juntamente com os deputados, para o segmento combater a crise, pela qual passa os pecuaristas e frigoríficos.

Para justificar sua sugestão, Percival ressaltou o estudo do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) que apontou que o preço da arroba do boi já sofreu uma queda de 22% desde agosto do ano passado. Além disso, a crise no setor da pecuária apresentou uma baixa nas exportações, chegando a uma redução de 69% em janeiro e 12,5% em fevereiro. “E tem mais: com o fechamento de 14 plantas de frigoríficos, a arrecadação de ICMS deverá sofrer uma queda de 20% e o setor deixa de movimentar R$ 4,2 bilhões. Por isso, o Estado precisa intervir e garantir a reabertura e o funcionamento emergencial das plantas fechadas”.

Apesar de reconhecer a gravidade da crise, Percival fez questão de afirmar que está otimista com o futuro da pecuária de Mato Grosso. Segundo ele, as perspectiva para o segmento econômico, que responde por cerca de 30% da base econômica do Estado, são boas. “Estamos nos preparando para acessar mercados mais atrativos, como os Estados Unidos e Chile, que pagam cerca de U$ seis mil dólares a tonelada, contra os mercados que acessamos hoje, como a Venezuela, que pagam U$ 1,5 dólares a tonelada”.

Com esta perspectiva, Muniz assinalou que o mercado é bom, a produção é boa. “Então, somente precisamos nos organizar para completar a cadeia e nos tornarmos livre da febre aftosa sem vacinação, esta é uma exigência dos mercados mais atraentes, para termos avanços significativos”.

Produtores - De acordo com o presidente da Acrimat, a crise maior está focada nas regiões Noroeste e Nordeste, que representam 40% do rebanho bovino do Estado, com um total de 9,8 milhões de cabeça de gado. As duas regiões estão sem locais de abate e, por isso, alguns bois têm sido trazidos de Alta Floresta para Cuiabá para serem abatidos, aumentando o custo.

Já o presidente da Famato, Rui Prado, aproveitou a audiência para denunciar um esquema montado pelos donos de frigoríficos com relação aos pedidos de recuperação judicial, pois muitos se aproveitam desse beneficio da lei para se beneficiarem e darem o calote nos pecuaristas.

“A gente precisa tirar lições da crise. Uma delas é blindar o setor para evitar que quem produz não fique refém de quem compra e não paga. Nesse sentido é que sugerimos a discussão da criação de um fundo, bancado pelos produtores, para proteção desses calotes”.

Outros encaminhamentos - Os deputados se comprometeram em marcar uma audiência com o governador Blairo Maggi (PR) e o secretário de Fazenda, Eder Morais, para discutir o assunto. O presidente da Famato, também, ficou responsável por convidar a presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), senadora Kátia Regina de Abreu (TO), para vir a Mato Grosso conhecer a realidade do





Fonte: Assessoria/AL

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