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Agronegócios
Quarta - 18 de Março de 2009 às 14:48
Por: Thiago Foresti

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Na ponta do lápis dos produtores de soja de Mato Grosso a semente convencional ainda rende mais do que as geneticamente modificadas. Os trangênicos representam 44% da lavoura, para se ter uma idéia, no Rio Grande do Sul esse número passa dos 80%. Segundo Marcelo Duarte Monteiro, diretor executivo da Aprosoja, a conta se deve ao bom desempenho no solo mato-grossense. “Ainda existem boas pesquisas em cima do plantio convencional”.

Monteiro, no entanto, é cético quanto à redução de uso de sementes geneticamente modificadas: “O processo de adoção de tecnologia é contínuo, não tem mais volta. Todas as pesquisas estão sendo desenvolvidas nessa áreas e o trangênico é de fato o futuro”.

A agência internacional de notícias, Reuters, publicou na semana passada, em seu site, uma matéria na qual entrevista um produtor de soja em Sorriso. Segundo o agricultor, o resultado da colheita é muito maior com plantio de sementes convencionais; cerca de 10 sacas a mais por hectare. A matéria conclui dizendo que os produtores perdem o gosto pelas sementes modificadas.

Para Marcelo não é bem assim: “O produtor não deixa de plantar semente transgência, o que acontece é que existe uma maior resistência à entrada do produto no Estado por conta do bom desempenho da semente convencional”. Segundo o diretor da Aprosoja, não houve uma redução no plantio transgênico, o que ele enxerga é apenas um período de adequação. “A lei de biosegurança foi aprovado em 2004, temos uma lacuna de cerca de 10 anos em relação a alguns paises”.

Marcelo compara os números, diz que enquanto Mato Grosso tem 44% da colheita convencional, no resto do país a porcentagem já chega a 70% de grãos trangênicos. Outros paises, como Argentina e Estados Unidos, já batem na casa dos 90%.

Por outro lado, Rafael Cruz, coordenador nacional do programa de trangênicos do Greenpeace, diz que a tendência é um bom sinal: “Quem acompanha nossas pesquisas sabe que não existe vantagem nenhuma para quem planta soja geneticamente modificada”. Segundo ele a história de que as sementes utilizam menos agrotóxicos é pura lenda: “Muito pelo contrário, com o tempo as pragas acabam ficando imune, é como usar um antibiótico potente por bastante tempo, no começo é bom, mas com o tempo a doença cria resistência. É pura lei de Darwin”.

Cruz alerta para os Royalties pagos pelos produtores. “O gasto com agrotóxicos e direitos pagos à empresas de fora derrubam qualquer lucratividade. Os produtores deveriam investir mais em sementes convencionais e aproveitar as boas safras”, conclui.





Fonte: TVCA

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