Bezerra e Henry "desaparecem" e não participam de votação da PEC 37

  Os deputados federais Carlos Bezerra (PMDB) e Pedro Henry (PP) estão na lista dos 72 parlamentares que não participaram da votação quew rejeitou a PEC 37, ontem (25) à noite, na Câmara Federal. Condenado no escândalo do Mensalão, Henry chegou a se cadastrar na lista de chamada mas, no momento, da votação ele “sumiu”. Embora o PP tenha votado contrário à mensagem, não se sabe qual seria o posicionamento de Henry.

 

  O cacique do PMDB, Carlos Bezerra, sequer apareceu no plenário da Câmara Federal. Já outros mudaram de posição momentos antes da votação . Em março, Wellington Fagundes (PR) e Júlio Campos (DEM) defendiam, em princípio, a PEC 37. Em entrevista ao RDNews, o republicano declarou ver excesso por parte do MP, por isso, defendeu que ele fiscalizasse e não investigasse. Júlio Campos, por sua vez, afirmou à época que o Ministério Público estava “fazendo terrorismo contra a PEC”.

 

  Na votação de ontem, entretanto, o cenário era bem diferente. Os deputados federais, de uma forma geral, se viram obrigados a não só votar o projeto, como acabaram rejeitando a proposta. A mudança na postura se deve a forte pressão popular, que resultou na realização de manifestações em todo o país, não só contra essa proposta, mas com uma pauta ampliada. O resultado foi a criação de uma pauta de votações no Congresso e do firmamento de um pacto, com cinco eixos, entre a União, governos estaduais e prefeituras.

 

  A decisão em relação a PEC 37 foi tomada após reunião ampliada dos partidos que votaram em “bloco”. "Continuo achando que a PEC-37 sempre foi desnecessária e defendi isso como vice-líder do partido"", afirmou Wellington, momentos após o PR decidir derrubar a proposta. Já Nilson Leitão (PSDB) e Valtenir Pereira (PSB), que é defensor público, sempre foram contra a PEC 37 e mantiveram essa postura na votação de ontem. O projeto foi rejeitado com 430 votos contrários, 9 favoráveis e 2 abstenções.

 

 Entre os 9 deputados federais que votaram pela aprovação está o mato-grossense Eliene Lima (PSD) – que já havia se declarado favorável a mudança. Além de Eliene, votaram pela retirada do poder investigatório do Ministério Público os parlamentares João Campos (PSDB-GO), Abelardo Lupion (DEM-PR), João Lyra (PSD-AL), Mendonça Pradro (DEM-SE), Bernardo Santana de Vasconcellos (PR-BA), Simão Sessim (PP-RJ), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e o autor Lourival Mendes (PT do B-MA).