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Saúde
Quinta - 12 de Fevereiro de 2009 às 09:22

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Ainda não é o fim do exame mais "temido" pelos homens --o toque retal para detecção de câncer de próstata. Mas a descoberta de que uma substância, a sarcosina, está mais presente na urina de homens com a doença abre caminho para técnicas de diagnóstico "menos invasivas", segundo os autores do estudo, possibilitando criar um exame para identificar o estágio de progressão do câncer.

Uma equipe de 26 pesquisadores liderados por Arul Chinnaiyan, da Universidade de Michigan, examinou em detalhe os metabólitos (substâncias produzidas pelo metabolismo) que poderiam ser pistas de câncer de próstata.

Foram isolados 1.126 metabólitos presentes em 262 amostras (42 de tecido, 110 de urina e 110 de sangue) e identificados 87 metabólitos cuja presença e dose ajudavam a distinguir a próstata sadia da com tumor. Seis deles tinham níveis maiores nos casos mais graves, em que o câncer estava na fase de metástase.

A sarcosina foi a que melhor serviu para identificar os tumores, como está no artigo publicado na edição de hoje da revista "Nature". Os níveis de sarcosina eram elevados em 79% dos casos de câncer com metástase e em 42% dos casos da doença em fase inicial. Ela não estava presente nas amostras sadias.

"Um dos maiores desafios é determinar se o câncer de próstata é agressivo. Exageramos no tratamento porque os médicos não conseguem saber quais tumores serão de crescimento lento. Com essa pesquisa, nós identificamos um potencial marcador para tumores agressivos", declarou Chinnaiyan.

Um dos problemas da dificuldade de diagnóstico é o aumento de cirurgias desnecessárias. A descoberta poderá permitir que um simples teste de urina ajude no diagnóstico mais preciso da doença e poderá auxiliar na criação de uma terapia, pois também se encontrou um vínculo entre a sarcosina e a agressividade do câncer.

Ao adicionar o metabólito a uma cultura de células de próstata sadias, elas se tornaram malignas e agressivamente invasivas. Foi possível reverter a ação com enzimas que regulam o metabolismo de sarcosina.

A pesquisa foi feita em cooperação com a empresa Metabolon, pioneira na aplicação de uma nova área de pesquisa, a "metabolômica". Essa área pretende conhecer em detalhe os resultados químicos dos processos celulares.

No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer, o número de casos novos de câncer de próstata em 2008 foi de 49.530. O diagnóstico é feito pelo exame de toque retal e pela dosagem do antígeno prostático específico (conhecido pela sigla em inglês, PSA).





Fonte: Folha de S.Paulo

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