DEM deve expulsar deputado do castelo, mas vai recorrer à Justiça para ficar com mandato
O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), disse nesta segunda-feira que o estatuto da legenda permite a expulsão sumária dos filiados que não cumprirem as regras do partido --o que inclui recorrer à Justiça para ficar com o seu mandato.
"As regras que o partido tem para os seus filiados prevêem que o partido pode, sim, ir á Justiça. Além de expulsar, pode buscar o seu reparo que é a recuperação de mais uma posição na Câmara dos Deputados", afirmou.
Maia disse que o pedido de desfiliação da legenda por justa causa, encaminhado hoje por Moreira ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), não terá valor legal após expulsão do parlamentar.
"Ele entrou com um pedido de justa causa para depois se desfiliar. Mas esse processo pode levar três, cinco, seis meses. Ele fez um pedido: eu saio do partido se a Justiça entender que fui perseguido. E se a Justiça não entender que ele não foi perseguido, o que eu faço com ele? Fico com ele para mim? Não posso", disse.
Na opinião de Maia, o DEM "não tem a menor condição" de manter Moreira em seus quadros após o desgaste na legenda provocado pelo parlamentar. "No que depender de mim, o deputado sai do partido", disse.
Além da expulsão sumária, o DEM pode optar por conceder o prazo de oito dias para que Moreira apresente sua defesa à legenda. A Folha Online apurou que a disposição da Executiva Nacional do DEM, no entanto, é optar pela expulsão sumária com o objetivo de limpar a imagem do partido --arranhada depois das denúncias contra Moreira.
Indicação
Além de decidir o futuro de Moreira no partido, a executiva do DEM vai escolher nesta terça-feira o indicado da legenda para a segunda vice-presidência da Câmara. Com a renúncia de Moreira do cargo após as denúncias, o DEM sustenta que deve ficar com a vaga. O partido estuda indicar o deputado Vic Pires (DEM-PA) para a segunda vice-presidência --cargo que leva o parlamentar, automaticamente, para a Corregedoria da Casa.
"A vaga é do partido, não haverá candidatura avulsa. Ninguém do partido quer que a legenda passe por isso tudo de novo", afirmou.
Moreira disputou com Pires, no plenário da Câmara, a indicação para a segunda vice-presidência. Moreira venceu a disputa com o apoio de 238 deputados, mas foi obrigado a renunciar ao cargo após as denúncias --por isso o nome de Pires ganhou força para se eleger para a Mesa Diretora da Câmara.
Moreira é acusado de não declarar à Justiça Eleitoral um castelo estimado em R$ 25 milhões no município de São João Nepomuceno (interior de Minas). Além disso, o parlamentar é investigado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por apropriação ilegal de contribuições ao INSS feitas por seus empregados.
Comentários