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Politica Brasil
Segunda - 02 de Fevereiro de 2009 às 10:24
Por: Antonio de Souza

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Grande parte do staff do Palácio Paiaguás ainda rejeita o poder do atual chefe da Casa Civil

O governador Blairo Maggi (PR) comanda, a partir das 14h desta segunda-feira (02), a primeira reunião de 2009 com sua equipe de secretários. Como tem sido praxe nesse tipo de encontro oficial, ao longo do tempo, a leitura monótona de relatórios e o resumo de balanços por parte dos secretários serão a tônica. Também como de hábito, o chefe do Executivo relembrará que a gestão pública tem regras a serem seguidas. E, claro, recomendará o de sempre: muita cautela nos gastos, ainda mais nesses tempos de crise global.

Normalmente fechada para a Imprensa, reunião do secretariado pode durar a tarde toda. Mas, pode, também, ser tão rápida quanto as decisões de um gerente cuidadoso e preocupado com os destinos da empresa que comanda. O resultado desse tipo de reunião é sempre repassado por um porta-voz, que só revela aquilo que interessa e é conveniente para a imagem do Governo.

Na semana passada, em conversa informal com jornalistas, por ocasião das muitas solenidades que agitaram o Palácio Paiaguás, o chefe da Casa Civil, major PM Eumar Novacki, antecipou algumas questões que serão discutidas entre Maggi e os secretários, nesta segunda-feira. Segundo ele, o governador vai discutir com os auxiliares o ajustamento dos gastos públicos e enfatizar aquilo que todo mundo já sabe: novos projetos, só após passarem pelo seu crivo. “Criar um ambiente para se proteger da crise, além de abrir novas perspectivas de investimentos” – eis a síntese do objetivo da reunião, pela ótica de Novacki.

Muito mais do que cobrar, por assim dizer, mais ousadia, novas idéias e iniciativas eficientes dos secretários, Blairo Maggi, segundo uma fonte do MidiaNews, vai aproveitar a ocasião – bastante propícia, por sinal – para reforçar o poder do chefe da Casa Civil no contexto do segundo mandato da gestão republicana. O governador vai dar uma “dura” nos auxiliares, principalmente naqueles que insistem em desconhecer – ou o fazem por pura birra – a força de Eumar Novacki no Governo.

Nos últimos dias, Maggi tem-se revelado extremamente decepcionado com o comportamento e o desempenho de alguns dos seus principais auxiliares do primeiro escalão. Muitos deles não acatam ordens dadas pelo chefe da Casa Civil. No encontro desta segunda à tarde, o governador vai dizer que as determinações de Novacki têm que ser cumpridas, pois, na prática, o secretário, além de ser o canal das articulações políticas, é também o porta-voz das decisões e das ordens imediatas do chefe supremo do Palácio Paiaguás.

Super-secretário

Na verdade, no dia 10 de março de 2008, quando Novacki assumiu a Casa Civil, em substituição ao deputado estadual João Malheiros (PR), a Pasta passou, definitivamente, a coordenar todas as ações desenvolvidas nas demais secretarias e órgãos do Executivo, com a obrigação por parte dos titulares das pastas de se reportarem ao secretário, legítimo representante direto do governador. Resumo da ópera: essa dinâmica simplesmente permitiu que Novacki assumisse a condição de “super-secretário” no Governo do PR.

Em várias reuniões, o próprio Maggi passou para os demais subordinados o novo norte do seu Governo, com Novacki no timão. Embora não tenham deixado evidente em público, alguns secretários não gostaram da medida e, nos bastidores, segundo a fonte do MidiaNews, tentam boicotar as ações do chefe da Casa Civil. Da Comunicação Social, passando pela Infraestrutura, Educação, Planejamento e Administração e até a Fazenda, hoje, Novacki dá as cartas, em nome do governador. Só não dá ordem mesmo, segundo se fala, na Secretaria de Emprego, Trabalho, Cidadania e Assistência Social (Setecs) porque a pasta é comandada pela mulher do governador, Terezinha Maggi.

Eumar Novacki atua no Executivo desde 2003, no primeiro mandato de Maggi, quando era capitão da PM e assumiu como ajudante-de-ordem, juntamente com o então major Alexander Maia. Muito próximos do governador, ambos foram promovidos e passaram a dividir a Chefia de Gabinete do Palácio Paiaguás. Hoje, Maia, tenente-coronel, é secretário-chefe da Casa Militar.

Um estudioso do atual do Governo revela que, ao transformar a Casa Civil numa super-pasta e Novacki, num super-secretário, Maggi buscou, como objetivo central desse modelo, a integração de secretarias e a própria economia de tempo e recursos na máquina pública.

Mas, a fogueira de vaidades no staff republicano é tanta que impede que alguns secretários enxerguem uma realidade: Eumar Novacki, hoje, é um major que manda até em coronel.





Fonte: Midia News

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