Adultos entre 50 e 59 anos são os que mais morrem pelo uso prolongado do álcool
O uso contínuo do álcool, por tempo prolongado, pode gerar consequências graves à saúde e até levar à morte. As maiores vítimas são os adultos de ambos os sexos, que estão na faixa etária entre 50 e 59 anos, segundo mostra a “Pesquisa sobre mortalidade por uso de álcool”, do Ministério da Saúde.
A coordenadora geral de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis do ministério, Deborah Malta, explicou que esse foi o grupo que teve o maior aumento na taxa de mortalidade. Em 2000, havia 35 óbitos por 100 mil habitantes e, em 2006, o número passou para 45 óbitos para 100 mil habitantes.
Deborah alertou que o jovem usuário pode ser um futuro doente crônico, já que é esta faixa-etária que mais consome doses excessivas de álcool. “Com a idade aparecem os problemas. Se o jovem for um sobrevivente das causas agudas [uso abusivo ocasional do álcool] pode, na idade mais avançada, desenvolver uma doença crônica”, afirmou.
Os fatores agudos de mortalidade envolvem o uso do álcool por um período curto e pontual. Dentre as causas de mortalidade associadas à exposição aguda ao álcool estão os acidentes de trânsito, homicídios, suicídios, quedas e afogamentos. “Até 30% dos homicídios e entre 40% e 60% dos acidentes de trânsito têm relação com álcool”, destacou.
Deborah ressaltou que o problema pode ser muito maior do que parece e, por isso, é fundamental a adoção de políticas públicas voltadas ao monitoramento e redução do consumo de álcool, especialmente entre os jovens, e para diagnosticar e tratar os transtornos relacionados ao uso de álcool.
"Neste ano iniciaremos uma pesquisa, que cruzará os dados referentes às mortes por uso prolongado de álcool, e as mortes por uso abusivo em momentos específicos. Aí poderemos ter um diagnóstico mais real da situação no país", concluiu Deborah Malta.
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