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Internacional
Segunda - 19 de Janeiro de 2009 às 11:48

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Um estudo apresentado num encontro arqueológico internacional revela o primeiro registro do uso de armas químicas no tempo dos romanos.

No ano 256, durante uma batalha na antiga cidade de Dura-Europos, localizada no atual território da Síria, 20 soldados do Império Romano teriam sido mortos por asfixia, dentro de uma galeria. O ataque, feito com betume e cristais de enxofre, partiu dos representantes do Império Sassânida, que tentava reconquistar a cidade que perdera para os romanos.

Os corpos dos combatentes romanos, com suas couraças de ferro, foram encontrados em 1930, mas só com as novas análises feitas agora na Universidade de Leicester, na Inglaterra, descobriu-se o real motivo da morte da tropa de soldados.

Os romanos não tinham marcas de agressão, o que sempre intrigou os arqueólogos. Além disso, estavam empilhados numa passagem subterrânea sob as muralhas, uma galeria com menos de 2 m de altura e 11 m de comprimento. Vários túneis foram feitos sob as muralhas pelos sassânidas para atravessar os muros por baixo, dizem os cientistas. Mas os romanos também tinham feito túneis de defesa como forma de barrar a entrada do inimigo por via subterrânea.

"Acredito que os sassânidas tenham colocado braseiros no túnel, e quando os romanos entraram nele, as substâncias químicas foram lançadas", diz um dos autores do estudo, Simon James, em comunicado distribuído à imprensa.

Os compostos usados pelo exército asiático teriam liberado densas nuvens tóxicas quando incinerados. "Os romanos perderam a consciência em segundos e morreram em minutos", calcula James.

Apesar da engenhosidade da técnica utilizada, não foi naquela oportunidade que os sassâdidas retomaram a cidade. Escavações posteriores mostraram que Dura-Europos só caiu depois de passar mais tempo cercada, atacada por cima das muralhas com catapultas.

Depois da reconquista, os sassânidas expulsaram os romanos. Muitos dos habitantes foram deportados para a antiga Pérsia. Ao fim, a cidade acabou abandonada, o que permitiu que os vestígios arqueológicos dos combates ficassem preservados por mais de 1.700 anos. Existem poucos registros históricos sobre as batalhas.





Fonte: Folha de S.Paulo

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