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Politica Brasil
Sexta - 16 de Janeiro de 2009 às 18:29

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A pouco mais de duas semanas para a eleição do próximo comando da Câmara, os quatro candidatos vivem momentos diferentes. Pelos corredores da Casa e nos telefonemas que dispara aos colegas eleitores, o deputado Michel Temer (PMDB-SP), apontado como favorito, tenta acomodar as reivindicações dos 12 partidos que sustentam sua candidatura e disputam nos bastidores postos-chaves na Mesa Diretora.

Por outro lado, seus adversários --Ciro Nogueira (PP-PI), Aldo Rebelo (PC do B) e Osmar Serraglio (PMDB-PR)-- apostam nas incertezas da disputa no Senado para esvaziar a candidatura de Temer.

As acomodações dos partidos devem ser fechadas na próxima semana e, ao que tudo indica, Temer terá que fazer uma pequena engenharia para satisfazer o apetite dos partidos. O peemedebista convenceu os partidos a fecharem um acordo que o loteamento dos cargos seguiria a proporcionalidade das bancadas. A estratégia tenta evitar candidaturas avulsas que podem tumultuar as eleições.

Ajustes

Um dos principais ajustes que Temer precisa fazer é em relação à segunda vice-presidência. DEM e PR querem emplacar seus representantes. Se fosse respeitada a proporcionalidade, o cargo é do DEM, que reúne 57 deputados contra 42 do PR. O líder do PR, Luciano Castro (RR), garante que vai brigar pela vaga.

"O acordo é para continuarmos na segunda vice-presidência então vamos pedir que o entendimento feito para que estivéssemos com Michel seja mantido", afirmou Castro.

A situação mais tranquila é a do PT, que sustenta um acordo de alternância de poder com o PMDB, fechado em 2007, para viabilizar a conquista de Temer.

Os petistas queriam os principais cargos: a primeira vice-presidência e a primeira-secretaria. Foram convencidos a ficar com a primeira vice-presidência para o deputado Marco Maia (RS) e a terceira vice-presidência para o deputado Odair Cunha (MG). "Desde o começo das negociações defendíamos que o PT tivesse dois cargos. Estamos satisfeitos", afirmou o líder do PT, Maurício Rands (PE).

Cobiça

O apoio dos tucanos a Temer garantiu a primeira-secretaria ao partido, que funciona como a tesouraria da Câmara. O cargo é um dos mais cobiçados depois da presidência porque controla o orçamento da Casa que é de R$ 3 bilhões e tem influência direta nas principais decisões administrativas.

De olho na primeira-secretaria, os tucanos travam ainda uma batalha interna para decidir de quem é a vaga. Estão na disputa os deputados Rafael Guerra (MG), Roberto Rocha (MA) e Eduardo Gomes (TO). O governador Aécio Neves (PSDB) trabalha por Guerra. Para o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), o sistema de proporcionalidade foi importante para evitar excessos.

"Essa acomodação é delicada e precisa a compreensão dos partidos de que o melhor para o Câmara é que a Mesa represente as forças dos partidos", disse Aníbal.

Expectativas

Com a pressão dos partidos em torno de Temer, Ciro, Aldo e Serraglio tentam ganhar votos. Esperam que as possíveis insatisfações sobre as combinações feitas pelos comandos dos partidos tirem votos do peemedebista.

Outra expectativa dos candidatos é que as incertezas da briga pelo comando do Senado possa levar a batalha pela cadeira máxima dos deputados para o segundo turno. Tanto Ciro como Aldo avaliam que a movimentação do PMDB para garantir que seus candidatos sejam eleitos nas duas Casas pode prejudicar o desempenho de Temer.

No Senado, o pleito envolve oficialmente o presidente, Garibaldi Alves (PMDB-RN), que busca a reeleição, e o petista Tião Viana (AC). Mas a cúpula do PMDB trabalha para que o senador José Sarney (PMDB-AP) seja apresentado como candidato único, sendo o nome de consenso entre governo e oposição. A manobra pode gerar uma rebelião do PT da Câmara, que fechou apoio a Temer.





Fonte: Folha Online

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