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Economia
Domingo - 14 de Dezembro de 2008 às 15:25
Por: Fabiana Reis

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Mesmo que o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) tenha registrado recordes na geração de emprego em Mato Grosso este ano, a quantidade de vagas não preenchidas no Estado ainda é alta. De acordo com dados do Sistema Nacional do Emprego no Estado (Sine), de 1º de janeiro a 5 de dezembro de 2008 foram geradas 50,248 mil vagas em diversos setores, porém o número de colocações somou 27,718 mil, o que gera um aproveitamento de 55,1%. A lacuna de vagas não preenchidas chega a 22,530 mil, causando um descompasso entre o número de pessoas encaminhadas (113,245 mil) e o total de vagas geradas no período (50,248 mil).

Em média são encaminhados 2,2 candidatos por vaga. A superintendente do Sine-MT, Ivone Rosset, explica que a quantidade de postos de trabalho não preenchida ocorre por um motivo já conhecido pelos trabalhadores e pelas empresas: falta de qualificação. Ela diz que quanto menor a qualificação, mais restrita é a chance do trabalhador ter sucesso em uma seleção para emprego.

Porém, Ivone diz que a Secretaria de Trabalho, Emprego e Assistência Social (Setecs) oferece vários cursos durante todo o ano no intuito de oferecer mais qualificação às pessoas. Os cursos e treinamentos são realizados em postos montados pelo Sine nos municípios, conforme o perfil dos trabalhadores e a necessidade das empresas. De 2003 para cá, 57,730 mil pessoas foram atendidas e capacitadas nas mais diversas atividades, entre elas, construção civil, comércio, indústria, serviços, turismo, agricultura e pecuária por meio de convênios da secretaria com o Sistema Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), por exemplo.

Apesar da diferença entre vagas e colocações, a superintendente informa que o percentual de aproveitamento do Sine vem aumentando nos últimos anos fazendo com que mais pessoas, inicialmente sem qualificação, possam se preparar para entrar no mercado de trabalho. "Em 2006, o índice era de 42%, em 2007 saltou para 63% e agora está em 55%, e esperamos que este ano fique nos mesmos patamares do ano anterior, já que houve expansão no número de postos do Sine, o que ampliou o atendimento aos trabalhadores", diz Ivone ao acrescentar que foram implantadas unidades em Colíder, Alto Taquari e Aripuanã.

Uma das pessoas que conseguiu emprego por intermédio do Sine-MT foi o auxiliar de cozinha, Luiz Augusto Batista Buggin. Ele conta que apesar de ter formação em desenho técnico (para a arquitetura), morou um ano e meio na Inglaterra e outros dois anos na Itália, onde trabalhou em restaurantes e pizzarias e ganhou experiência em outra área, a gastronomia. De lá para cá conquistou uma segunda profissão e recentemente conseguiu emprego em uma peixaria da cidade.

Ele conta que é natural de Goiás e que faz um mês e meio que está em Mato Grosso, para onde veio sem garantia de emprego. Buggin lembra que ficou duas semanas procurando trabalho por conta própria em vários estabelecimentos de Cuiabá, mas como não obteve sucesso decidiu se cadastrar no Sine. "Deixei currículos em muitos locais mas não tive retorno. Um dia depois de me inscrever no Sine fui chamado e encaminhado à entrevista. A contratação foi rápida", conta ao dizer que começou a trabalhar como auxiliar de cozinha, mas aos poucos está aprendendo outras tarefas como cozinhar.

Outra pessoa que lida diariamente com a dificuldade de qualificação no mercado de trabalho, o que influencia na sobra de vagas, é a psicóloga Adriana Alves, que recentemente vivenciou os dois lados de uma contratação. Acostumada a selecionar pessoas (ela trabalha no departamento de Recursos Humanos), ela ficou desempregada há pouco tempo, porém, por intermédio do Sine conseguiu um emprego em menos de uma semana.

"A qualificação é muito importante, sempre faço cursos e quando a pessoa tem graduação superior fica menos difícil de conseguir emprego", diz ao revelar que na empresa que está trabalhando atualmente há quatro vagas a serem preenchidas, entretanto os candidatos não possuem a qualificação exigida ou não se enquadram no perfil da empresa.





Fonte: A Gazeta

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