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Politica Brasil
Sexta - 12 de Dezembro de 2008 às 11:56
Por: Fernando Leal

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Projeto cria modelo de prestação de serviço atraindo centros de excelência, universidades internacionais, ONGs, entidades religiosas e outras instituições que tratem do assunto

Mato Grosso está prestes a ser o próximo a entrar no ainda reduzido universo de estados engajados a buscar a ressocialização dos condenados por crimes de pedofilia – ainda no âmbito dos estabelecimentos penitenciários – por meio de tratamento e acompanhamento psicológicos.

O assunto é tema de projeto do deputado Wagner Ramos (PR), que cria modelo de prestação de serviço nesse campo atraindo centros de excelência e mesmo universidades internacionais, ONGs, entidades religiosas e outras instituições que tratem do assunto. O princípio básico envolve a busca das melhores formas de tratamento a esses infratores específicos por meio de estudos conjuntos entre os profissionais do Estado envolvidos no trabalho e os organismos externos.

O projeto explica que – por ser alvo de uma patologia cerebral congênita ou desenvolvida – o pedófilo precisa ser excluído do convívio social até estar apto para retorno a ele, devendo ser acompanhado “de forma implacável” pelo Estado, visando prevenir novas vítimas quando do seu reingresso social.

O tratamento, ainda de acordo com o documento, será promovido pelo Estado por meio de estudos e acompanhamentos a esse tipo de criminoso durante o cumprimento de sua pena.

“Diversas publicações disponíveis em várias áreas do cuidado humano revelam a existência de uma anomalia cerebral naqueles que buscam a pedofilia como relacionamento. Por isso, vou mais além em meu projeto: caso esse tratamento não seja suficiente, o Estado ficará responsável em encontrar novas formas de tratamento e de exclusão de contato desse infrator com crianças, de modo a prevenir novas agressões e crimes desta natureza”, salientou Wagner Ramos.

Em setembro do ano passado, a agência BBC Brasil divulgou anúncio de cientistas britânicos. Na ocasião, eles afirmaram ter encontrado diferenças nas atividades cerebrais de pedófilos.

A notícia se refere a uma equipe da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, que disse ter descoberto que a atividade em determinadas partes do cérebro de pedófilos era menor do que nos cérebros de voluntários, quando ambos os grupos eram submetidos a vídeos de pornografia adulta. A revista Biological Psychiatry, que publicou a pesquisa, acredita que aquela tenha sido a primeira vez em que se identificaram diferenças nos padrões de pensamento dos pedófilos.

O estudo realizado mapeou a atividade cerebral de voluntários pedófilos e não-pedófilos por meio de exames de ressonância magnética – uma técnica que permite que a atividade cerebral seja gravada à medida que o paciente vai pensando.

Ao pedirem aos pacientes que olhassem para imagens de pornografia adulta, os pesquisadores observaram que a atividade do hipotálamo – uma parte do cérebro responsável pela produção e liberação dos hormônios – foi menor entre os pedófilos.

No entanto, o médico John Krystal, editor da publicação, disse não saber se os resultados obtidos pelo estudo poderiam ser usados para prever os riscos de certas pessoas desenvolverem pedofilia.

“As descobertas fornecem pistas sobre a complexidade desta desordem e esse déficit da atividade cerebral pode predispor indivíduos que são vulneráveis à pedofilia a procurar outras fórmulas de estímulo”, assegurou Krystal.

O autor da pesquisa, Georg Northoff, acredita que os resultados podem ser vistos como o “primeiro passo para estabelecer a neurobiologia da pedofilia, que – em último caso – poderá contribuir para desenvolver novas terapias para tratar o problema”.

“Diante desse quadro, buscamos uma solução em que o Governo do Estado possa agir de forma preventiva a esse tipo de crime, reduzindo drasticamente a reincidência. Também, buscando uma forma de inibir esses criminosos que atacam crianças que – na sua inocência – se sujeitam a este tipo maligno de relacionamento”, concluiu Wagner Ramos.





Fonte: Assessoria/AL

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