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Cidades/Geral
Terça - 09 de Dezembro de 2008 às 14:54
Por: Pedro Cardoso da Costa

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Dizer que cada povo tem seus vícios e suas virtudes seria redundância e serve apenas como introdução. Faz parte da nossa cultura a busca de solução apenas por meio do “outro”. O outro é quem suja as ruas, é quem dirige mal, é quem não respeita as regras. Sempre, sempre, os “outros”. Mais um vício é fazer algo mal feito, ou incompleto ou não se informar de como as coisas funcionam antes de começar a fazer. Começa-se e depois vê como deveria ser feito.

Na maioria dos textos os dias da semana são escritos sem a “feira”. Escreve-se segunda, e não segunda-feira. Placas ficam sem as letras quando caem ou se apagam. Os condomínios têm segurança e a carteirinha seria para identificar os moradores. Pois a maioria das discussões com porteiros ocorre porque os moradores não se identificam. Uns por terem o rei na barriga e outros pelo gosto de ser desagradáveis. As setas indicativas de sair e entrar, subir e descer servem exatamente para se fazer o contrário.

Também ninguém preenche formulários antecipadamente, nem bilhete de passagem. Outra quase unanimidade é não se informar sobre o horário de funcionamento e a documentação necessária para determinadas coisas.

Vantagem indevida parece ser melhor do que uma merecida. Não se respeita a ordem em filas. Quando não fica fisicamente, com a maior desfaçatez, passa o serviço para alguém, como se isso fizesse diferença. O que seria apenas o respeito ao direito de quem chegou primeiro, torna-se uma demonstração “virtuosa” de ser esperto.

Atrapalhar ou dificultar faz parte dessa mania deletéria de ser inconseqüente. Nos bancos é comum a divisão de serviço por caixa. Incompreensível, mas existe. Aí, o cidadão tem mil caixas onde pode fazer pagamento de suas cem contas, tirar extrato, saldo, mas ele prefere fazer todas essas operações nos poucos caixas de saque. Nas catracas costumam se formar filas à espera daquela mal-amada que fica meia hora retirando o bilhete de várias bolsas.

Corredores exclusivos de ônibus se tornaram dos carros. Além de outras ações mal educadas no dia-a-dia. O cocô do cachorro na rua. Desrespeito à preferência de idosos e especiais e às regras em geral. Quase todos cometem esses equívocos, ou para se mostrar esperto perante os pares, ou por ser apenas mal educado e desrespeitoso.

Enquanto se cobra ética dos administradores e dos políticos, cometem-se inconseqüências diariamente. A melhoria viria com uma decisão pessoal de se policiar e passar a respeitar o direito dos outros de forma natural. Cobrar das autoridades que punam a quem desrespeitasse os seus direitos. Só existe conduta certa ou errada. Isso deve ficar muito claro. O mais ou menos foi criado pela mania nacional da condescendência das pessoas e a omissão irresponsável e permanente das autoridades.

Pedro Cardoso da Costa - Interlagos/SP

Bel. Direito





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