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Politica Brasil
Sexta - 05 de Dezembro de 2008 às 15:43
Por: *Otaviano Pivetta

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O governador Blairo Maggi foi eleito em 2002 com uma proposta de dar mais equilíbrio entre a turma do asfalto (capital) e a turma do chão (interior). E é no interior que a ausência do poder público é mais sentida pela população ou sua presença interfere mais diretamente na vida das pessoas.

A falta de estradas e a deficiência nos serviços de educação e saúde, entre outros, foi a alavanca da vitória da chamada da turma da botina. Os "botinudos", que são a grande massa do interior mato-grossense, fazem o seu papel produzindo riquezas e colocando a sua parte do quinhão no cesto do Estado, através dos impostos.

É do conhecimento de todos que a maior geração de renda está nos pólos de desenvolvimento do interior e é também do conhecimento de todos, como na recente reportagem do jornal a Folha de São Paulo, que é nos redutos dos "botinudos" que se encontram os melhores índices de desenvolvimento humano, crescimento em ritmo chinês e, consequentemente, melhor qualidade de vida.

Tornou-se senso comum usar a suposição de que os cuiabanos ou os mato-grossenses pouco participam do governo. Aquela velha história de que uma mentira repetida muitas vezes se torna verdade parece representar bem a situação. Esse argumento, mais uma falácia dos oportunistas, afirma que somente "a turma da botina" é prestigiada com cargos. Assim, volta e meia os cuiabanos e mato-grossenses se dizem magoados, se sentem relegados a um segundo plano pelo governador na escolha de sua equipe de governo. É o caso, portanto, de olharmos com mais cuidado quem de fato ocupa os cargos na administração estadual.

O que podemos observar é que grande parte dos órgãos da administração direta e da indireta são comandados por cuiabanos ou mato-grossenses, se preferirem. Vejamos: o secretário de Indústria e Comércio, Pedro Nadaf, cuiabano; secretário de Turismo, Yuri Bastos Jorge, cuiabano; secretário de Planejamento, Yenês Magalhães, cuiabana; Secretário de Fazenda, Éder Morais, mato-grossense; secretário de Cultura, Paulo Pitaluga, cuiabano; auditor-Geral do Estado, José Botelho, cuiabano; procurador-Geral do Estado, João Virgilio, cuiabano; procurador-Geral de Justiça, Paulo Prado, cuiabano; o defensor-Público-Geral, Djalma Sabo Mendes, cuiabano; secretário de Ciência e Tecnologia, Chico Daltro, mato-grossense; secretário de Educação, Ságuas de Morais, mato-grossense; secretário de Meio Ambiente, Luiz Daldegan, mato-grossense; chefe da Casa Militar, Cel. Orestes de Oliveira, cuiabano.

Além do comando das principais autarquias, como o do DETRAN, Teodoro Lopes, mato-grossense; da EMPAER, Leôncio Pinheiro, cuiabano; do MT GÁS, Helny de Paula, mato-grossense; da AGER, Márcia Vandoni, cuiabana. Todas essas pessoas participam ativamente nesta administração. Assim, não podemos desconsiderar esta contribuição, pois o desempenho do secretariado de estado é o desempenho do próprio governo.

Há hoje, portanto, há um desequilíbrio - como citei acima - entre a turma do asfalto e a turma do chão, pois as mais importantes secretarias são comandadas por cuiabanos e mato-grossenses, ainda que literalmente alguns não tenham nascido no estado de Mato Grosso.

Tem-se dito que a "cuiabania" é um estado de espírito e não um registro de nascimento. Todos nós que optamos por viver aqui e aqui criar os nossos filhos nos sentimos tão ou mais mato-grossense que muitos que aqui nasceram, pois nessa terra derramamos suor e lágrimas e geramos emprego e riqueza. Ajudamos a colocar Mato Grosso no eixo do desenvolvimento e no cenário internacional da produção. Finalizo deixando esta pergunta: Blairo, cadê os "botinudos"?

* Otaviano Pivetta é empresário, deputado estadual e presidente do diretório regional do PDT.





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