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Saúde
Terça - 02 de Dezembro de 2008 às 10:08

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Um novo estudo de pesquisadores da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), publicado neste mês na "Maturitas", revista da Sociedade Européia de Menopausa e Andropausa, traz uma boa notícia para mulheres fumantes que se aproximam da menopausa.

A pesquisa de Raphael Câmara Parente, Eduardo Faerstein, Roger Keller Celeste e Guilherme L. Werneck revela que, se a mulher parar de fumar antes de chegar à menopausa, o efeito negativo do fumo --de antecipar a interrupção do fluxo menstrual-- é irrisório, mesmo que tenha fumado por anos.

A redução da idade da menopausa, que tem como principal causa o fumo, eleva a incidência de doenças cardiovasculares e de osteoporose -antes dos 50, a menopausa aumenta em 38% o risco de problemas do coração e vasculares. E o fumo pode antecipar a menopausa em um a dois anos. A cada ano que o fim da menstruação é adiado, cai em 2% a mortalidade por doenças cardiovasculares.

A novidade positiva sugerida pela análise é que o efeito biológico do fumo nos folículos dos ovários não é irreversível. Portanto, se a mulher parar de fumar antes da menopausa, não a antecipa, o que reduz os riscos de doenças graves ao mesmo tempo que em melhora, em tese, sua qualidade de vida.

A informação é relevante porque muitas fumantes acreditam não fazer diferença parar de fumar. "O trabalho mostra que qualquer momento antes da menopausa é bom para parar de fumar", explica Parente, ginecologista e um dos autores da pesquisa.

Segundo Faerstein, professor-adjunto do Departamento de Epidemiologia do Instituto de Medicina Social da Uerj, as constatações do estudo são mais relevantes na medida em que aumenta a longevidade das populações e que mulheres passam a viver, em média, mais de 20 anos após a menopausa.

"A antecipação da menopausa está associada a uma série de problemas. Se o fumo tem papel nessa antecipação, mais uma razão para mulheres cessarem o tabagismo e outras não o iniciarem", diz Faerstein.

A cada ano, cerca de 47 milhões de mulheres no mundo entram na menopausa, que chega para brasileiras, em média, entre 49 e 50 anos. A menopausa natural é um diagnóstico retrospectivo, dado após a mulher permanecer 12 meses ininterruptos sem menstruações.

Outro fator verificado pelos autores é que, se a fumante interromper o hábito antes da menopausa, o número de anos de fumo e a quantidade de cigarros consumidos não têm tanto impacto no fenômeno.

Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores revisaram mais de cem estudos.





Fonte: Folha de S.Paulo

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