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Saúde
Segunda - 24 de Novembro de 2008 às 10:16

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Sabe-se que a obesidade infantil é um problema complexo e multifatorial, mas um novo estudo americano sugere que a propaganda de fast-food pode ter um papel importante para os altos índices do problema.

Segundo a pesquisa, publicada no "Journal of Law & Economics", se os anúncios de fast-food fossem banidos, o número de crianças de 3 a 11 anos acima do peso seria reduzido em 18%. O de adolescentes de 12 a 18 com o mesmo problema também sofreria queda, de 14%.

Para especialistas americanos, trata-se do primeiro estudo a mostrar que os comerciais televisivos tenham tão grande impacto na obesidade infantil.

Uma pesquisa feita em 2006 pelo Instituto de Medicina dos EUA havia sugerido essa ligação, mas acabou concluindo que as provas eram insuficientes. Outro trabalho, da Universidade de Illinois, descobriu que os comerciais de fast-food representam 23% dos anúncios relacionados a comida vistos por crianças na TV. A porcentagem de crianças americanas acima do peso ou obesas cresceu vertiginosamente da década de 80 até a atualidade.

Os autores da pesquisa, no entanto, não defendem uma proibição nos anúncios de fast-food. Eles dizem que algumas famílias podem se beneficiar dos anúncios, descobrindo, por exemplo, quais restaurantes ficam próximos à sua casa e o que eles servem. Afirmam, ainda, que muitas pessoas consomem fast-food moderadamente, sem prejudicar sua saúde.

O estudo se baseia, em parte, em um levantamento governamental que envolveu entrevistas pessoais com milhões de famílias. Os pesquisadores também procuraram informações sobre comerciais de fast-food e sua audiência.

Cálculos estatísticos levaram em conta outras influências, como renda, o número de restaurantes de fast-food na vizinhança e a possibilidade de algumas crianças já estarem obesas independentemente de seus hábitos relativos a ver TV.

Dados brasileiros

No Brasil, um estudo divulgado no ano passado com 816 famílias que têm filhos de 7 a 14 anos relacionou a obesidade das crianças à quantidade de propaganda de alimentos ricos em gordura, açúcar, sal e óleo exibidas na televisão.

Feita na USP de Ribeirão Preto, a pesquisa mostrou que cerca de 27% da propaganda exibida era de alimentos. Desse total, 57% vendia produtos como refrigerantes, achocolatados, bolachas recheadas e salgadinhos. Das crianças avaliadas, 24% tinham sobrepeso ou obesidade, e a maioria comia muitos alimentos gordurosos ou cheios de açúcar.

Com agências internacionais





Fonte: Folha de S.Paulo

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