Publicidade
Repórter News - reporternews.com.br
Tecnologia
Sexta - 21 de Novembro de 2008 às 12:03
Por: Jennifer Steinhauer

    Imprimir


Na última quarta-feira, promotores públicos federais apresentaram no tribunal a mulher acusada de criar um conta falsa no MySpace para provocar uma menina de 13 anos, atacando covardemente a adolescente "vulnerável" e "louca por meninos", que tinha um histórico de depressão e pensamentos suicidas. A menina, Megan Meier, cometeu suicídio, afirmam os promotores, após receber mensagens sujas do que ela acreditava ser um adolescente, mas que na verdade haviam sido escritas pela mulher acusada, Lori Drew.

Em um uso bem incomum dos estatutos de fraude de computador, Drew é acusada de conspiração e três alegações de acesso a computador sem autorização via comércio interestadual para obter informações que infligissem estresse emocional. Cada alegação pode levar a um máximo de cinco anos de prisão.

Drew, que vive em uma pequena cidade do Missouri, é acusada de criar uma conta falsa em 2006 sob o nome de Josh Evans, com o intuito de conhecer Megan e as coisas que ela estaria dizendo sobre sua filha, Sarah, uma antiga amiga. Após algumas semanas de bate-papo, "Josh Evans" começou a enviar a Megan mensagens maliciosas por meio da conta do MySpace, finalizando uma delas com a sugestão de que "o mundo seria um lugar melhor" sem ela. Megan respondeu, "você é o tipo de menino por quem uma garota se mataria," antes de se enforcar em casa.

Drew ficou cara a cara com os pais de Megan e outros residentes de sua cidade, O'Fallon, nas proximidades de Saint Louis, Missouri, dentro de um tribunal no centro de Los Angeles, onde o promotor federal reivindicou jurisdição pelo fato dos servidores do MySpace e a sede da empresa estarem no condado. O MySpace, uma unidade da Fox Interactive Media, tem sede em Beverly Hills. As autoridades jurídicas do Missouri disseram que não encontraram evidência suficiente para abrir um processo.

Os promotores federais decidiram invocar um estatuto federal, geralmente usado para acionar fraudes que atravessam fronteiras estaduais. Alguns críticos afirmam que o caso extrapola esses estatutos. Nas declarações iniciais, Tom O'Brien, o promotor federal, disse que Drew havia "planejado um ataque à psique de uma menina de 13 anos vulnerável." O objetivo, disse O'Brien, era "envergonhar, humilhar, zombar e magoar a garota." Drew sabia do histórico de depressão e do distúrbio de déficit de atenção de Megan, afirmou, porque foi ela quem administrou os remédios de Megan quando esta saiu de férias com a família de Drew.

O advogado de Drew argumentou que ela não estava em casa quando a mensagem fatal foi enviada e que, embora soubesse sobre a conta, não havia desempenhado um papel ativo no envio de mensagens para Megan. Ele sustentou que as mensagens foram escritas por uma funcionária de Drew e outras meninas e que Drew não sabia como criar uma conta falsa. Christina Meier, mãe de Megan, testemunhou calma sobre as mensagens e disse que havia alertado a polícia uma vez quando sentiu que elas haviam se tornado sexuais.

"Existem dois lados em toda história," disse Dean Steward, advogado de Drew, que descreveu Megan como uma amiga instável que provocava Sarah Drew espalhando rumores "horríveis" sobre ela. Steward rogou aos jurados para lembrar que "isso é um caso de abuso de computador e fraude, não de homicídio."

O juiz George H. Wu instruiu os jurados antes das declarações de abertura que o suicídio de Megan seria "o assunto de alguns testemunhos" que poderiam ser relevantes às suas conclusões, mas que Drew não estava sendo acusada de ter qualquer relação com a morte de Megan.

A alegação de Steward de que Drew não havia participado da criação da conta foi questionada pela primeira testemunha, Susan Prouty, que administra uma loja de decoração e fazia negócio com Drew, gerente de uma empresa de cupons de revista. Prouty testemunhou que Drew havia dito que "criou a conta" e tinha a intenção de imprimir uma série de mensagens de paquera para levar ao colégio de Megan e "humilhá-la."

Prouty testemunhou que Drew dizia à sua filha Sarah o que digitar, "e até digitava ela mesma." Prouty disse que Drew, chateada com o comportamento de Megan em relação a Sarah, havia lhe dito que, "como mãe, você precisa proteger sua filha."

Tradução:Amy Traduções





Fonte: The New York Times

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/169205/visualizar/