'A Favorita': Alícia briga com o pai e vai morar em Triunfo
Alícia destrói suas obras enquanto diz para si mesma: "Ridículo. Patético. O que é que eu tinha na cabeça quando fiz isso?"
Romildo escuta o barulho do quebra-quebra e aparece. "Alícia? O que é que você está fazendo? Está destruindo suas obras", diz.
"Que obras? Nunca criei obra nenhuma, isso tudo é lixo. E sabe por que eu criei esse monte de lixo? Porque minha vida é um lixo. Eu sou um lixo", rebate ela.
Romildo pergunta qual é a crise da vez. "A crise é que passei a vida toda à sombra do teu dinheiro, da tua sujeira, e não fiz nada que prestasse da minha vida! Porque, como artista, eu não existo. Amigos, já comprei vários, mas, de graça, nunca tive nenhum. Namorado, então...", diz.
"Entendi. Você está em crise porque o seu namoradinho te abandonou. Você sabe que aquele rapaz nunca esteve à sua altura", responde o pai da garota.
Alícia, então, insulta Romildo. "O senhor, como pai, sempre foi um excelente político. O senhor nunca se importou de verdade comigo e com o Diduzinho. O senhor nunca nos preparou pra vida, nunca nos deu uma educação moral, nunca nos deu munição emocional pra nós seguirmos nossos caminhos. Não, pai, pelo contrário, o senhor minou nossa auto-estima, para a gente ficar sempre debaixo das suas asas, dependentes do seu dinheiro, da sua proteção. Só que o Diduzinho já acordou, e agora eu também acordei. Para mim chega".
"Mas você não sabe fazer nada", diz ele. "Não tem problema. Eu aprendo. Não sou tão inútil quanto o senhor pensa. Eu vou arregaçar as mangas, me descobrir, me conhecer. Quem sabe assim me torne uma pessoa inteira. Digna de ser amada por um homem e ter uma família, digna de ter um lugar no mundo", responde ela.
Alícia pega as malas, já prontas, e sai, Romildo, emocionado e se sentindo derrotado, implora que ela fique e não o deixe. "Seu irmão já foi embora. Não quero ficar sozinho", diz.
Romildo chora, diz que ama a filha. Ela também chora e responde que o ama, mas vai embora.
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