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Politica Brasil
Quarta - 05 de Novembro de 2008 às 09:47
Por: Carlos Veggi

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O “empresarismo” em Mato Grosso surgiu em 2002, com o lançamento da candidatura do atual governador, pois, PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), que a pesar de levar em seu nome como ideologia a social democracia, com a ascensão de FHC empurrado por um plano elaborado pelo FMI, o plano Real, abandona a social democracia e embarca junto muita gente no tal discurso de economia globalizada, mundo globalizado, miséria globalizada, etc.

Dante que era oriundo do MR8, com ideais marxista, não resiste ao contagio do “mundo globalizado”; nos primeiros 4 anos de mandato o discurso era de fácil aceitação por parte da população, a tal “competitividade”, fim dos monopólios estatais, privataria generalizada, novas marcas no mercado, enfim uma série de ilusões que logo foram exaurindo, com a velocidade em que o neoliberalismo impunha mais pobreza à maioria, e mais concentração de renda a uma minoria. Dante por ter embarcado nessa onda, vê em seu segundo mandato, seu carisma e toda sua história rolar pantanal abaixo, junto com a desilusão da massa de trabalhadores cada vez mais empobrecida, por conta do neo-liberalismo que hoje mostra sua ineficácia, com a crise “financeira” mundial (crise do capitalismo).

Com a classe política desgastada, e a direita local sem nomes fortes, para disputar o governo em 2002, eis que surge o tal empresarismo, algo como: um bem sucedido empresário, seria também um bem sucedido político ou talvez baseado na observação do filósofo social estadunidense, John Dewey: a política é "a sombra que as grandes empresas projetam sobre a sociedade", lançam um empresário para o governo, aliás um dos maiores do estado, como algo novo na política.

O novo que o eleitorado esperava, eram políticas públicas, capazes de proporcionar bem-estar, qualidade de vida, políticas de saúde pública, educação pública de qualidade, respeito ao meio-ambiente, desenvolvimento sustentável, geração de emprego e renda, desenvolvimento tecnológico e principalmente segurança.

Após quase 6 anos desse modelo, MT se transforma em campeão de queimadas, desmatamentos, por último até a Policia Florestal é desativada, na educação a cada ano que se passa, a média de nota das escolas estaduais no ENEM vem diminuindo, o absurdo de viaturas policiais nas escolas para “garantir a paz”, a fila nos centros de saúde aumenta, temos os municípios mais violentos do país, em fim o status quo de outrora continua, pese que o Brasil governado por um operário venha mostrando números melhores, diminuição da pobreza extrema, crescimento econômico, e outros números que fazem do governo Lula ser avaliado positivamente pela população.

O governo local, apesar de pajear o governo federal, não adota políticas populares, apenas gerencia as obras do PAC e tenta por meio de anúncios pagos, pegar um pouquinho de paternidade desse desenvolvimento. Governar um estado não é apenas gerenciar os recursos, nem apenas indicar candidatos em épocas de “políticas” como eles mesmos falam ( período eleitoral), política se faz entre uma eleição e outra.

Ter competência para governar não depende de como o cidadão ganha seu sustento, pode ser empresário, funcionário público, profissional liberal, empregado da iniciativa privada, etc. Depende de como ele vê o mundo, dos ideais plantando em seu imaginário, de toda sua história, em especial de ideologias.

Se John Dewey estiver certo, a sombra projetada de uma empresa sobre a sociedade, só pode ser a extração de lucros por conta da mais-valia, a entidade estado jamais deve projetar sua sombra sob esse aspecto, pelo contrário, essa sombra deve abrigar o cidadão.

Cuiabá, por ser capital e Rondonópolis por ser cidade pólo, onde as discussões acontecem com maior intensidade, por isso nestas “políticas” (eleições), Os candidatos identificados com o empresarismo foram rejeitados, aplicando uma derrota ao PR (partido da república, o qual parece ter-se transformado em uma associação empresarial), já em Várzea Grande, o eleitor rejeitou a “negociata”, como foi apelidada a desistência de Macksuês em favor de Júlio Campos, não pegou bem e o empresário Murilo venceu, empresário político, pois atua na política há muitos anos, foram várias candidaturas, muitos peixinhos soltos nos rios, não vamos creditar essa vitória ao empresarismo, além da derrota do nepotismo eleitoral (Julio, Dito e Jayme Campos).

Carlos Veggi Consultor e Curioso do Mundo.





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