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Internacional
Quinta - 30 de Outubro de 2008 às 13:58

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A Justiça americana divulgou nesta quarta-feira que o brasileiro Joel Lemos, 38, foi condenado a 40 anos de prisão por um atentado a bomba. Ele foi acusado de explodir o carro de outro brasileiro, Fernando Araújo, em novembro de 2005. Depois de cumprir a pena, Lemos ficará ainda 20 anos sob supervisão da polícia e não poderá se aproximar da vítima, sob o risco de voltar para a prisão.

Lemos foi acusado em 2005 pela ex-namorada, a americana Cheri Ellis, por explodir o carro de Araújo. Com a explosão, Araújo ficou com o rosto deformado e passou por diversas cirurgias para recuperar a visão. O atentado teria sido por ciúmes de Ellis, que havia começado um caso com Araújo enquanto Lemos estava na Europa, em 2003.

O julgamento, na Corte de Woburn, Estado de Massachusetts, durou mais de uma semana e, no último dia 23, um júri composto por 12 pessoas decidiu pela condenação de Lemos. Ele foi considerado culpado por oito crimes, entre eles o de lesão corporal e agressão, além de posse, lançamento e detonação de explosivos com intenção de matar.

Segundo a irmã de Lemos, Dinagel Lemos Lima, outro agravante foi o fato de Lemos possuir um Alcorão, livro sagrado do islamismo, presenteado por um amigo há mais de 30 anos. Ela disse que não houve testemunhas para depor a favor de Lemos e que a família foi pressionada pela polícia antes do julgamento. A sentença pode ser contestada na Suprema Corte, mas a família ainda não decidiu se vai recorrer.

Segundo a irmã, Joel está gravemente doente e anda com cadeira de rodas depois de ter sofrido uma queda, enquanto aguardava o julgamento na prisão. Ele deve ser transferido para a Penitenciária de Concord, em Massachusetts, onde cumprirá os seis primeiros meses da sentença. Depois, será colocado em uma prisão de segurança máxima.

Triângulo amoroso

Lemos já foi casado nos EUA com uma brasileira e tem um filho de 11 anos. Ele chegou ao país no início da década de 80 para trabalhar. Anos mais tarde, Lemos abriu uma pizzaria e contratou Ellis e Araújo como funcionários.

Segundo a mãe, Deomir Lemos, por volta de 2001, Lemos se envolveu com Ellis e em 2003 foi para Portugal, porque estava sendo procurado pela polícia por sonegação de impostos e por não pagar a pensão do filho. Quando voltou, descobriu que Ellis estava tendo um caso com Araújo.

A mãe afirma que ele foi vítima de um complô por parte de Ellis, que teria inclusive armado a bomba de propósito para incriminá-lo. Ela diz que o filho sofre de problemas mentais e tem dificuldade com relacionamentos.

Assistência

Antes do julgamento nos EUA, a intenção da família era tentar conseguir uma extradição ativa para que Lemos fosse julgado no Brasil, já que era acusado de ferir outro brasileiro. A petição, no entanto, foi negada pela Justiça americana.

O advogado que orientou a família no Brasil, Osvaldo de Castro Júnior, afirma que uma última possibilidade de trazer Lemos para o país seria pela transferência de presos. Assim, Lemos poderia cumprir a pena no Brasil mesmo depois de julgado nos EUA.

Para isso ocorrer, no entanto, o país teria que assinar um acordo diplomático com os EUA.





Fonte: Folha Online

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