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Saúde
Terça - 28 de Outubro de 2008 às 15:39

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A vacina contra o HPV chega aos dois anos de vigilância sem problemas importantes detectados. O Centro de Controle de Doenças, em Atlanta, nos Estados Unidos, recebeu de um comitê independente de especialistas a recomendação de que as meninas de 11 e 12 anos devem receber a vacina.

A recomendação veio depois da revisão dos eventos registrados nos dois anos após a liberação da comercialização da vacina. A vigilância de eventos pós-comercialização faz parte das obrigações dos fabricantes e dos órgãos reguladores que recebem informações de eventos adversos dos médicos que utilizaram o produto.

A vacina contra o HPV protege contra cepas agressivas do vírus que está relacionado ao câncer de colo do útero e deve ser administrada preferencialmente antes de a menina iniciar sua vida sexual.

O painel de especialistass recebeu informações de várias fontes. Entre elas destacam-se:

- O registro semanal de eventos do CDC recebido de oito sistemas de saúde privados, que comprovaram a ausência de relação entre a vacina e problemas graves como trombose venosa, reações alérgicas, convulsões ou a Síndrome de Guillan-Barré.

- A possível relação da vacina e problemas neurológicos foi afastada por um grupo de pesquisa acadêmico independente que se dedicou a estudar essa hipótese.

- Mesmo a administração inadvertida da vacina a mulheres grávidas, o que é contra-indicado não acarretou problemas à mãe e ao feto quando ocorreu.

Pesquisa realizada pela Universidade do Colorado estudou a aceitação da vacina por médicos e pais nos Estados Unidos através de entrevistas com os pediatras e clínicos.

O resultado mostrou que 98% dos pediatras e 88% dos clínicos estão administrando a vacina a suas pacientes. A metade indica a vacinação aos 11 e 12 anos e o restante até os 15 anos.

Os pais por seu lado ainda resistem à indicação médica. Pelo menos 25% dos pais se recusaram a vacinar suas filhas de 11 e 12 anos. As causas não estavam relacionadas diretamente à vacina, na maioria dos casos.

Alguns pais dizem que suas filhas estão muito novas ou ainda não têm vida sexual ativa. Outra causa importante para recusa foi quando a seguradora de saúde não cobria o gasto com a vacinação.

De qualquer forma a mensagem importante é de que a vacina é segura e protege a mulheres contra a infecção pelo HPV.

A vacinação antes do início da vida sexual pode significar a redução do numero de casos de câncer de útero. No Brasil ainda vemos o triste registro de mais de 4 mil mortes por ano por esse tumor maligno.

Luis Fernando Correia é médico e apresentador do "Saúde em Foco", da CBN.





Fonte: Folha Online

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