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Politica Brasil
Domingo - 26 de Outubro de 2008 às 19:44

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Agora é oficial, o candidato do PSDB, Wilson Santos está reeleito prefeito de Cuiabá através da vontade do povo, do voto dos cuiabanos. O prefeito reeleito travou uma briga acirrada com o seu adversário no segundo turno, o empresário Mauro Mendes (PR), mas venceu e convenceu. Wilson conquistou mais de 170 mil votos mil votos, chegando a 60%, contra apenas 39% do republicano, são cerca de 20% de vantagem sobre o republicano. Nos últimos dias o candidato Mendes procurou espalhar pela cidade a notícia de que "Cuiabá virou", tentando criar um cenário diferente do que se desenhava, porém, a estratégia não surtiu resultado.

Assim como no primeiro turno, Wilson derrotou Mauro com uma boa vantagem. Com o resultado das urnas, o prefeito conseguiu mais quatro anos para como ele mesmo sempre enfatizou durante a campanha, dar continuidade as mudanças que implementou em Cuiabá e terminar obras como a Estação de Tratamento de Água do Tijucal (ETA-Tijucal), o Rodoanel, Avenida das Torres e outras ações que ele iniciou no seu primeiro mandato. "A eleição foi democrática, venceu a vontade popular, venceu o voto consciente, o voto de coração e não por obrigação". Avalia um analista político.

A eleição municipal foi marcada por muitos ataques e denúncias de todos os lados. No primeiro turno, já na reta final, a equipe de Wilson trouxe a tona e acusou o empresário republicano de estar dirigindo embriagado e ter atropelado um casal de idosos, sem prestar socorro após o acidente. A tática não deu certo, o eleitor não aprovou e Mauro conseguiu ir para o segundo turno. Nessa etapa, Mendes foi rápido e contratou o nacionalmente conhecido marqueteiro Chico Santa Rita, que tem como marca registrada usar "golpes baixos" nas campanhas que coordena.

Ao estilo de Santa Rita, Mendes mudou a postura de "bom moço" do primeiro turno e passou a atacar mais. Distribuiu panfletos com acusações e manteve um discurso pautado em uma denúncia de suposto "caixa dois" do tucano, e ainda tentou de ligar o "misterioso roubo dos R$ 6 milhões" com um possível desvio de recursos do programa Reluz. Mas do mesmo modo que não aprovou estratégia de Santos, o eleitor não aceitou a postura do republicano, que foi massacrado nas urnas.

"Mauro Mendes é um bom empresário, conseguiu vencer na vida, mas não tem experiência para administrar uma capital como Cuiabá. Ele é novo, nunca esteve em um cargo eletivo, mas conseguiu ir bem na eleição. Faltou consistência e principalmente carisma ao candidato do PR", afirma o cientista político. E carisma é o que não faltou para o prefeito. O eleitor parece ligar a imagem de Wilson com a do ex-governador Dante de Oliveira, amado pelo povo. Ao final do último debate da TV Centro América, várias pessoas estavam esperando o prefeito para cumprimentá-lo. Uma senhora muito emocionada, chorando, disse o seguinte: "Wilson vim lá do Pedra 90 só para te ver e te abraçar, estou com você", foi uma cena marcante. Nos comícios, Mendes também era muito abraçado, elogiado, mas não se via o amor dos cuiabanos, da cuiabania. "O prefeito tem um carisma nato. Não é arrogante, e quando as pessoas o abraçam é uma coisa espontânea, podemos perceber que o povo realmente gosta dele, da pessoa do Wilson", comentou o analista.

O empresário tem como padrinho político o governador Blairo Maggi, que consegui trazer para Mauro o apoio do presidente Lula, entretanto um apoio distante. Lula gravou programas, mandou ministros do seu governo, mas não veio à Cuiabá. Foi uma ausência que deixou o eleitor desconfiado. Mendes tinha tudo para ser eleito. Apoio de Lula e seus ministros e principalmente do governador. Maggi tentou fazer de Mauro um novo Blairo, mas não certo, talvez por que a população já não aprove mais o modelo de gestão da "Turma da Botina", há cerca de seis anos no poder.

Essa eleição vai entrar para história como o fim das lideranças messiânicas do estado, do chamado curral eleitoral. Maggi foi derrotado nas duas cidades em que mais investiu durante a campanha, Cuiabá e o seu reduto eleitoral, Rondonópolis. Nas duas cidades o governador mandou seus mais fortes secretários para ajudar na campanha. O governador saiu enfraquecido, sem duas grandes potências eleitorais que vão pesar e muito para a eleição de 2010. A família Campos também. Jayme viu seu irmão Júlio Campos perder a eleição em Várzea Grande, cidade com amplo domínio da família. Júlio e Jayme ainda estão lambendo as feridas, inconformados.

Para o conceituado jornalista Onofre Ribeiro, Mato Grosso está sem líderes políticos, como se fosse um exército chinês. A partir de agora começam as articulações para o pleito de 2010. Os hoje adversários podem se tornar aliados mais a frente, afinal, em política e por poder tudo é possível.




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