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Internacional
Terça - 21 de Outubro de 2008 às 13:04

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Quase 60% dos americanos dizem que os ataques do candidato republicano à Casa Branca, John McCain, sobre o rival democrata são injustos, uma percepção negativa que pode explicar, em parte, o fato do republicano continuar atrás nas pesquisas de intenção de voto.

Segundo a rede de televisão CNN, que realizou a pesquisa em parceria com Opinion Research Corporation, a porcentagem aumentou significativamente em comparação com sondagem de setembro. Na época, antes da campanha republicana citar a suposta ligação de Barack Obama com terroristas domésticos e falar que sua política tarifária é socialista, 42% diziam que o senador republicano fazia uma campanha negativa demais.

A porcentagem é também significativamente maior que os 39% que dizem, na nova pesquisa, que o democrata Obama protagoniza uma campanha negativa.

Nas últimas semanas, ambas as campanhas investiram milhões em anúncios negativos para o rádio e televisão, no qual atacam o histórico do rival. Contudo, McCain parece estar disposto a ir mais longe ao lembrar da relação de Obama com o ex-radical dos anos 69, William Ayers e ao dizer que o democrata tem políticas socialistas para tempos de crise.

A estratégia, apontam analistas, é resultado da vantagem consolidada de Obama desde meados de setembro, com o estouro da crise financeira. Atrás nas pesquisas de intenção de voto, o senador por Arizona parece estar em clima de tudo ou nada e tenta insuflar o medo nos eleitores ao comparar Obama com "temíveis" terroristas e socialistas.

Segundo a CNN, a imagem mais positiva de Obama pode ser resultado também de sua enorme vantagem financeira e o conseqüente maior número de anúncios que ele veicula em todo o país. Sem o limite imposto pelo sistema público de financiamento --de US$ 84 milhões--, Obama pode produzir anúncios positivos que exaltam seu histórico e amenizam os duros ataques a McCain, defende Evan Tracey, do Grupo de Análise de Mídia de Campanha.

"McCain [que aceitou o sistema público] não pode bancar com os anúncios positivos que Obama paga. Não é provável que McCain possa destacar seus próprios pontos positivos com apenas duas semanas sobrando, mas ele pode tentar destacar os pontos negativos de Obama", disse Tracey.

Mas a campanha negativa sobre Obama é arriscada. Com anúncios negativos e ataques sem fundamento, McCain corre o risco de perder eleitores ao mostrar que está desesperado --uma imagem pouco presidencial e que os eleitores vão rejeitar, especialmente em tempos de grave crise financeira.

"Em eleições anteriores, ambos os candidatos foram criticados por ataques mútuos injustos, então a pena de fazê-lo acabou sendo anulada", disse o diretor de pesquisas da CNN, Keating Holland. "Mas este ano, McCain enfrenta o problema sozinho, então qualquer perda afetará somente ele enquanto Obama permanece acima da sujeira".





Fonte: Folha Online

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