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Politica Brasil
Quinta - 09 de Outubro de 2008 às 17:24

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A menos de quatro meses da sucessão na Câmara e no Senado, o PMDB, dono das maiores bancadas nas duas Casas, mostra mais uma vez sua histórica divisão e a ganância pelo controle político no Congresso. Enquanto líderes do PT e o pré-candidato à presidência do Senado do partido, senador Tião Viana (PT-AC), dão como certo o apoio do PMDB, nos bastidores, um novo nome ganha força para disputar o cargo com a oposição: o ministro das Comunicações, Hélio Costa.

O novo nome na disputa também pode botar água nos planos do presidente do partido, deputado Michel Temer (SP), que oficializou sua candidatura à presidência da Câmara, durante reunião da bancada peemedebista. Alheio ao novo cenário, Temer desconversa ao ser questionado pelo site sobre o nome do ministro: “O Senado está harmônico. A vida começa amanhã. Está tudo combinado”.

Mas com a entrada do ministro na sucessão, o acordo entre PT e PMDB para alternância das presidências nas duas Casas, com Temer no lugar de Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Tião Viana na vaga de Garibaldi Alves (PMDB-RN), pode estar com os dias contados.

E se a idéia ganhar corpo, líderes da base aliada temem um racha entre os dois partidos, principalmente considerando o natural desgaste que PT e PMDB terão nas disputas de segundo turno em três capitais: Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre.

Essa não é a primeira vez que o nome do ministro aparece como opção do PMDB para presidir o Senado. No dia 17 de outubro de 2007, logo após o afastamento de Renan da presidência do Senado por conta do episódio Mônica Velloso, Hélio Costa se colocou à disposição para suceder o alagoano. "Eu, onde puder ajudar o governo do meu presidente Lula, que já me honrou muitíssimo me convidando para ser ministro, estou inteiramente às ordens", disse na época.

A articulação em favor de Hélio Costa começou a ser costurada na semana passada, entre Renan e o senador José Sarney (PMDB-AP).

Mas o ex-presidente do Senado não quer conversar sobre a sucessão nas Mesas do Congresso. Ele também diz ignorar a possibilidade de o ministro das Comunicações entrar na disputa pela presidência do Senado. “Estou completamente fora desse assunto. Estou chegando das eleições”, afirmou ele, ontem à tarde. Renan não assume que partiu dele a indicação de Hélio Costa. “Já creditaram tantas coisas a mim, né?”, retrucou.

"Abro mão na hora" - Embora, publicamente, os dois evitem comentar o assunto, um sinal claro de que há uma articulação ou, pelo menos, uma pressão em favor da canditadura de Hélio Costa é a posição do suplente do ministro no Senado.

Sem que o nome de Hélio Costa fosse citado pela reportagem, Wellington Salgado (PMDB-MG) colocou o titular de seu mandato como candidato à presidência da Casa, revelando que a idéia está nos planos de parte do PMDB e que ele está avisado da possibilidade de ter de deixar o gabinete a qualquer momento.

“O PMDB não tem que ceder a presidência do Senado por conta de acordo na Câmara. Espaço de poder não se cede jamais. E se um nome forte do partido for o ministro Hélio Costa, e para ele entrar, isso depender de eu sair, abro mão na hora”, confirma Salgado.

Wellington Salgado também nega qualquer acordo entre PT e PMDB para a presidência do Senado, fato dado como consumado entre petistas da Câmara e do Senado. “O PMDB no Senado e o PT na Câmara estão dando certo. Por que não continua assim? Estamos vivendo um momento difícil para ficar experimentando”, disse o suplente.

Além disso, o senador mineiro usa os votos de sua bancada para pressionar o governo e rejeitar a candidatura de Tião Viana. “O PMDB é um partido de governabilidade. Se colocar no Senado alguém do partido do presidente, pode dar problema. Você pode ter alguém sem possibilidade de conversar. E o presidente Lula quer chegar ao final de seu mandato com os 80%, não é? Então é melhor ele não mexer”, ameaça Salgado.





Fonte: Congresso em Foco

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