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Tecnologia
Quinta - 09 de Outubro de 2008 às 13:30
Por: Felipe Maia

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A ONG SaferNet Brasil divulgou nesta quinta-feira (9) os resultados de uma pesquisa inédita sobre segurança na internet, que contou com a participação de 1.326 internautas de todo o país. De acordo com o levantamento, 53% das crianças e jovens já tiveram contato com conteúdos agressivos ou considerados impróprios para sua idade.

Uma das principais razões para o acesso a esse tipo de material, diz a ONG, é o fato de os pais não colocarem limites nos filhos em relação ao uso da web --63% dos adultos ouvidos admitiram não impor regras neste sentido.

"O fato de pais não entenderem de tecnologia não faz com que eles deixem de ser pais, responsáveis pelo que os filhos acessam. Isso não justifica que eles não orientem", afirma Rodrigo Nejm, diretor de prevenção e atendimento da SaferNet e psicólogo responsável pela pesquisa.

Auto-análise

A ONG não fez uma classificação própria sobre este tipo de conteúdo "inadequado", deixando o parâmetro para os entrevistados. A justificativa, segundo a instituição, é que não faz sentido perguntar sobre assuntos como pornografia infantil a crianças de cinco anos, idade mínima para participar do estudo, realizado pela internet, entre os meses de julho e setembro deste ano.

Segundo a SaferNet, 64% dos jovens usam a rede do próprio quarto --o que facilita a exposição a sites impróprios--, e 87% disseram não ter qualquer restrição ao uso da ferramenta. A recomendação é que os internautas acessem à internet em locais de uso comum da casa, como a sala, para permitir o monitoramento.

Defesa de privacidade

Apesar desses índices, a ONG condena o uso de programas que rastreiem as atividades das crianças na rede. "É um absurdo. O pai [que usa esse tipo de software] está ferindo o direito à privacidade da criança. Controlar, gravar e proibir não educa", diz Nejm.

Para a SaferNet, o ideal é que as crianças sejam orientadas e que o acompanhamento seja feito ao vivo, no momento do uso da rede. Entretanto, isso ainda não é uma realidade no Brasil, de acordo com a pesquisa --31% dos pais afirmaram acompanhar sempre os filhos durante o uso de sites de relacionamento.

O estudo mostra ainda que 40% dos pais dizem ter percebido incômodo dos filhos em relação a algum site.

Entretanto, a ONG e o (MPF-SP) Ministério Público Federal, que são parceiros em ações de combate a crimes como a pedofilia, evitam culpar diretamente os pais por esse cenário.

"Não coloque mais uma culpa sobre os pais, uma culpa que não é deles. A culpa é dos provedores que não fiscalizam e até do Estado. Eles [os pais] têm boas intenções", ameniza Adriana Scordamaglia, procuradora da República que é integrante do grupo de combate a crimes cibernéticos do MPF-SP.

A justificativa é que os pais estão, sim, interessados em proteger os filhos na rede. O problema é que falta informação sobre como orientar os jovens sobre esse tipo de atividade.





Fonte: Folha Online

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