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“Não podemos nos omitir sobre este fato, a CPI dos medicamentos precisa ser instaurada”, avalia o deputado
Brunetto não desiste e acredita que outro parlamentar possa mudar de idéia e assinar o requerimento para criação da CPI
O deputado, Ademir Brunetto (PT), não disfarçou seu aborrecimento com a retirada da assinatura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos remédios por parte do colega de plenário Airton Português (PSD), durante a Sessão plenária vespertina, desta quarta-feira, 13, e relatou acreditar que o governo tenha usado ‘pressão’ para a mudança repentina de atitude do parlamentar social democrata.
Brunetto, autor do requerimento, precisava de oito votos para que a CPI fosse instaurada para investigar os responsáveis pelo vencimento dos medicamentos no Centro Estadual de Armazenamento e Distribuição de Insumos de Saúde (Ceadis). Com a retirada da assinatura do deputado Português a CPI não poderá ser criada já que, de acordo com o Regimento Interno do Legislativo, são necessárias no mínimo oito assinaturas para a instalação de uma comissão inquisitória.
De acordo com o parlamentar petista, seria o primeiro passo para investigar os verdadeiros culpados com as perdas dos medicamentos, ressaltando que o acontecido é inadmissível. Ele argumentou que a AL precisa tomar uma decisão quanto ao assunto. “Após a vistoria in loco, constatamos os absurdos do prejuízo aos cofres públicos e os riscos que as pessoas estavam correndo caso viessem consumir estas medicações vencidas. Além disso, tem pacientes que necessitam destes remédios diariamente e que custam muito caro e estão sem o tratamento por falta de prevenção, controle e uma gestão efetiva por parte do Estado”, lamentou Brunetto.
O deputado solicitou ao Governo do Estado informações referentes ao rompimento do contrato com o Instituto Pernambucano de Assistência e Saúde (Ipas) e também sobre a auditoria relacionada aos medicamentos vencidos. Entretanto, questionou que quando estas informações chegam, elas são demoradas e incompletas, por isso ela acha importante a criação da comissão.
Visivelmente decepcionado, o autor da proposta, após se acalmar, evitou polemizar sobre a atitude do colega de parlamento, contudo, disse que o motivo da remoção de sua assinatura não foi convincente. “Ele falou que retirou seu nome porque eu tratei de forma desrespeitosa colegas de parlamento, que não assinaram o pedido de CPI, e devido a isso por solidariedade pela ofensiva resolveu tirar sua assinatura do requerimento. Mas, em nenhum momento quis ser indelicado com meus colegas, simplesmente acho que o caso merece atenção especial por parte do legislativo, já que estamos lidando com vidas”.
Para o deputado Brunetto, após os parlamentares governistas perceberem que a instalação da CPI seria um ‘tiro no pé’ eles resolveram trabalhar contra a comissão. “Quando eles perceberam que a CPI seria mais ampla do que imaginavam e iria investigar muito mais irregularidades, trabalharam para a não aprovação do requerimento”, disse o deputado.
Contudo, segundo Brunetto, a decisão pode acabar abafando o caso. “Não podemos permitir que este episódio acabe em pizza e seja abafado. Representamos a sociedade e ela quer informações. Não devemos admitir a falta de gestão com o dinheiro público fazendo com o cidadão pague a conta e o pior, ainda corra risco de morte por consumir medicamentos fora do prazo de validade. Estou envergonhado com essa decisão do meu colega de parlamento”, avaliou.
Embora a CPI não tenha vingado, o deputado tem esperança de que outro parlamentar avalie a importância dessa comissão e repense sua postura. “Vou continuar firme em meu posicionamento e continuarei meu papel de fiscalizador das mazelas do executivo. Nós parlamentares não podemos esconder a sujeira embaixo do tapete, isso que aconteceu é inadmissível. Espero poder contar com mais algum parlamentar para poder instaurar a CPI que avalio de extrema importância para a população mato-grossense”, concluiu Brunetto.
Os parlamentares que assinaram o requerimento para a abertura da CPI são: Luciane Bezerra, Dilmar Dal´Bosco, Guilherme Maluf, J. Barreto, Alexandre Cesar, Ademir Brunetto e Márcio Pandolfi.
Fonte:
Assessoria de Gabinete
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