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Meio Ambiente
Terça - 07 de Outubro de 2008 às 14:37

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Desde a última semana, quando o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, apresentou uma lista dos maiores desmatadores do Brasil encabeçada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a participação dos assentamentos na destruição da floresta amazônica tem sido alvo de polêmica.

A organização não-governamental Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) acompanha a questão por meio de imagens de satélite e confirma que, ainda que os assentamentos não sejam os maiores culpados pela devastação, sua participação é considerável.

No último relatório sobre desmatamento da organização, referente ao mês de agosto, eles foram responsáveis por 10,5% dos 102 quilômetros quadrados de destruição registrados na Amazônia Legal.

"O desmatamento nos assentamentos é expressivo. No acumulado, quase 20% ocorridos dentro da Amazônia estão em áreas de reforma agrária. Se formos medir degradação [florestal], é pior. A situação dos assentamentos é preocupante", aponta Adalberto Veríssimo, pesquisador do instituto.

Segundo ele, "o desmatamento continua se mantendo [nos assentamentos] de maneira expressiva. Ele ocorre muito mais do que se deveria esperar, principalmente quando o Incra fala que agora vai manter a floresta", observa. De acordo com Veríssimo, no entanto, as autoridades de reforma agrária têm uma dura missão pela frente: "É difícil parar o desmatamento, pois ele é feito por pequenos proprietários. Por isso, muita gente fora dos assentamentos se aproveita disso para comprar madeira".

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, a cuja pasta o Incra está subordinado, ordenou nesta segunda-feira (6) uma varredura nos oito assentamentos citados no ranking de desmatadores divulgado por Carlos Minc. Em um deles, em Tabaporã (MT), fiscais do Incra fecharam algumas serrarias, uma delas flagrada pela equipe de reportagem da TV Centro América na semana passada. "Acho correto aproveitarmos o momento para cobrar do Incra uma estratégia para os assentamentos", conclui Veríssimo.





Fonte: TVCA com Globo Amazônia

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