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Repórter News - reporternews.com.br
Saúde
Quarta - 01 de Outubro de 2008 às 08:02

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Um estudo realizado na Grã-Bretanha sugere que o estresse pós-traumático pode atingir crianças com idades precoces de até dois anos de idade.

A pesquisa, da universidade King’s College, em Londres, analisou 114 crianças que haviam sido expostas a acidentes de trânsito na Grã-Bretanha e descobriu que uma em cada dez sofria de ansiedade contínua após o incidente.

Apesar de o nível ser parecido ao de adultos, a maioria das crianças acaba não sendo diagnosticada e tratada, segundo os especialistas.

Uma das razões para a falta de conhecimento sobre este tipo de estresse em crianças pequenas é a dificuldade de se chegar a diagnósticos psiquiátricos por causa das dificuldades de comunicação. A habilidade lingüística em crianças pequenas ainda está em fase de desenvolvimento, o que dificulta a expressão de sentimentos e experiências.

Além disso, os métodos usados pelos médicos para detectar e medir o estresse pós-traumático foram criados para pacientes adultos.

Técnica apropriada

Os pesquisadores utilizaram uma técnica mais apropriada para crianças pequenas, em que os pais reportam como seus filhos estão reagindo a um incidente.

Todas as 114 crianças entre dois e 10 anos de idade analisadas na pesquisa haviam passado por pronto-socorros em Londres após acidentes de trânsito.

Entre as crianças avaliadas, metade estava em um carro envolvido em acidente de trânsito, enquanto as outras eram pedestres ou ciclistas atropeladas por veículos. Todas haviam sofrido ferimentos leves.

As crianças foram avaliadas no mês seguinte ao acidente e também após seis meses, e mais de 10% delas apresentaram sintomas relacionados ao estresse pós-traumático.

Essas crianças tinham pesadelos e dificuldade para dormir, apresentavam comportamentos como evitar entrar em carros ou andar em ruas movimentadas e foram descritas pelos pais como “nervosas” e “agitadas”.

“Nossas descobertas indicam que as necessidades de saúde mental de crianças em idade pré-escolar que vivenciam eventos assustadores devem ser consideradas pelos pais e serviços de saúde”, disse o chefe da pesquisa, Richard Meister-Stedman.

“Isso é especialmente importante, pois crianças pequenas não podem acessar sozinhas os serviços de saúde e se encontram em um momento vulnerável de seu desenvolvimento.”

“É preciso estudar mais como o estresse pós-traumático em crianças pequenas deveria ser tratado e como pais podem melhor ajudar seus filhos após um trauma.”

Segundo o professor David Cottrell, psiquiatra de crianças e adolescentes na Universidade de Leeds, “infelizmente, crianças passam por várias experiências traumáticas”.

“No entanto, é importante lembrar que a grande maioria das crianças não desenvolverá sintomas e não precisará de nenhuma intervenção após um incidente traumático”, disse Cottrell. “As crianças são bastante resistentes e freqüentemente pais e parentes próximos são a melhor terapia.”

A pesquisa foi publicada na revista científica American Journal of Psychiatry.





Fonte: da BBC

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