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Economia
Quinta - 25 de Setembro de 2008 às 15:50

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O mercado teve um momento de alívio com o consenso entre democratas e republicanos para aprovação do pacote anticrise proposto pela Casa Branca. A Bolsa, que abriu em alta, acelerou o ritmo de ganhos. O câmbio, quase sempre o indicador mais sensível do nervosismo dos investidores, caiu com força durante toda a jornada.

Nos últimos negócios desta quinta-feira, o dólar comercial foi negociado a R$ 1,822 na venda, em declínio de 1,93%. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi vendido por R$ 1,950, em decréscimo de 1,01%.

Com a melhora do humor dos investidores, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) registra forte alta e avança 3,70%, atingindo os 51.689 pontos (pelo índice Ibovespa). O giro financeiro é de R$ 4,58 bilhões.

"O mercado está muito atento ao que acontece lá fora, refletindo tudo [o que ocorre sobre a crise]. Por isso, essa oscilação muito grande que todos vemos nesses últimos dias. E essa volatilidade de câmbio ainda não acabou e ainda tem muito chão pela frente", comenta Marcos Trabold, gerente de câmbio da corretora B&T.

Assim como outros profissionais do mercado, Trabold chama a atenção para o fato de que a crise financeira dos EUA deve se refletir em dificuldades para as empresas brasileiras renovarem suas linhas de crédito no exterior, devido à grave situação dos bancos americanos. Se hoje essa dificuldade não é muito perceptível, afirma o gerente de câmbio, pode se tornar mais visível para frente, assim que os agentes financeiros quiserem renovar suas linhas de financiamento.

Ontem, o presidente do Banco do Brasil, Antônio Francisco de Lima Neto, já reconheceu algumas dificuldades no acesso ao crédito no exterior. "Existe de fato nas linhas externas para financiamento de comércio exterior um estreitamento de prazo, mas sob controle. Não temos luz vermelha ou luz amarela", ressaltou Lima Neto.

Como medida preventiva aos impactos da crise dos EUA sobre o Brasil, o Banco Central relaxou os termos do recolhimento compulsório dos bancos para liberar recursos na economia. Além dessa medida, o BC continua "ausente" do mercado de câmbio. A autoridade monetária suspendeu os habituais leilões de compra de moeda. Sua última intervenção direta foi o leilão de venda de dólares, no montante de US$ 500 milhões.

Plano anticrise

Nesta semana, o mercado enfrentou uma escalada de tensão: os legisladores americanos tiveram uma reação bastante crítica aos termos do plano de US$ 700 bilhões proposto pelas autoridades para deter a crise dos créditos "subprime". A incerteza sobre a aprovação do "pacote" no Congresso americano mexeu com os "nervos" do mercado e fez o câmbio disparar para R$ 1,86, no pico desta semana.

Ontem à noite, o presidente dos EUA, George W. Bush, fez um discurso em termos duros sobre o risco de uma recessão no país e pediu urgência na aprovação do pacote de US$ 700 bilhões. Para analistas, o discurso do presidente reforçou a idéia de que um acordo político para aprovar o pacote já estaria mais próximo.

E hoje, os dois candidatos à sucessão de Bush, Barack Obama (democrata) e John McCain (republicano), soltaram comunicado conjunto, manifestando reservas quanto ao pacote mas apoiando a iniciativa. Pouco mais tarde, um grupo de congressistas republicanos e democratas anunciaram que foi fechado um "acordo fundamental" para votar o pacote de ajuda ao setor financeiro.





Fonte: Folha Online

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