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Internacional
Segunda - 15 de Setembro de 2008 às 11:56

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Uma reportagem publicada na edição desta segunda-feira do jornal argentino La Nación afirma que a crise na Bolívia pode ser uma oportunidade para que o Brasil mostre seu peso na região.

Segundo o jornal, há meio século, "desde que o presidente Juscelino Kubitschek lançou o lema de recuperar '50 anos em cinco'...o Brasil atravessou sucessivas diversas crises políticas e econômicas que postergaram sua ascensão como uma nação de referência na América do Sul".

No entanto, o La Nación afirma que "há alguns anos, o Brasil parece preparado para assumir esse desafio".

"Os movimentos do Brasil nos últimos dias sobre a crise política boliviana foram reveladores para mostrar que o país aspira ser determinante no futuro da América do Sul", diz a reportagem.

Lula x Chávez

O diário destaca a diferença na posição de Lula com relação ao presidente venezuelano Hugo Chávez, que reagiu à crise boliviana com um "discurso belicista".

Segundo o La Nación, Lula optou pelo diálogo e irá defender, na reunião de emergência da Unasul a ser realizada nesta segunda-feira, sua oposição à ameaça de intervenção militar estrangeira no país promovida por Chávez.

"Os presidentes da Venezuela e Brasil, que encabeçam dois modelos diferentes da esquerda governante na América do Sul, desejavam entrever estratégias díspares na hora de exibir sua influência na região", afirma o jornal.

De acordo com a reportagem, a crise pode servir para medir a influência do Brasil na região.

"O conflito boliviano, que desatou uma crise regional com os Estados Unidos, pode ser um ensaio para sondar até que ponto o Brasil marca o passo da região, à margem de Washington", diz o texto.

Defesa

Segundo a reportagem, a escalada da violência na Bolívia e a posição de Chávez reacenderam o debate sobre a defesa da região, em que países como Chile e Venezuela têm se rearmado.

Do mesmo modo, o jornal cita o Plano Estratégico Nacional de Defesa, de Lula, "uma blindagem defensiva de um gigante que busca reposicionar seu papel não só na América do Sul, mas em escala mundial".

A reportagem cita o especialista em defesa e professor da Universidade Torcuato di Tella, Fabián Calle, para afirmar que o novo plano de defesa brasileiro pode ser um foco de tensão entre os vizinhos da região e também com os Estados Unidos.

"O próprio peso da nova e futura posição do Brasil não está desprovida de fortes espaços de rivalidade e desconfiança com os Estados Unidos. Uma situação natural entre uma superpotência mundial que tende a ver o continente americano como sua área de influência e uma potência regional que logicamente buscará melhorar suas margens de influência em sua periferia", diz Calle na reportagem.





Fonte: da BBC

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