Número de pessoas que se declaram negras chega a 47%, aponta Ipea
Os números variam em todas as áreas e grupos. "Este fenômeno ocorre em praticamente todas as faixas etárias, indicando que não se trata de uma questão geracional de auto-afirmação e nem tampouco de um fenômeno eminentemente urbano, mas sim de uma tendência observada em toda a população".
O envelhecimento do brasileiro também é uma tendência observada, mas os negros ainda vivem menos. Em 2006, enquanto 9,3% das mulheres negras tinham 60 anos ou mais de idade, as brancas idosas eram 12,5% do total.
Há 15 anos, as negras idosas eram 7,3% de seu grupo, e as brancas 9,4%. "Apesar de a expectativa de vida da população ter aumentado, as desigualdades entre os grupos permanecem", concluem os pesquisadores.
Com os homens negros, ocorre o mesmo: em 1993, os negros com 60 anos ou mais eram 6,5% de seu grupo, passando para 7,8% em 2006. Entre os brancos, a porcentagem varia de 8,2% para 10,6%.
"Esta constitui, portanto, uma das mais perversas facetas das desigualdades raciais existentes em nosso país, pois as únicas justificativas para essas diferenças residem nas piores condições de vida a que negros e negras são submetidos", afirma a pesquisa.
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