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Agronegócios
Segunda - 18 de Agosto de 2008 às 20:57

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Mato Grosso está passando por dificuldades quando se fala em insumos na lavoura. Mais especificamente os fertilizantes.

Segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), faltando apenas alguns dias para o início da safra 2008/2009 de soja, o produtor mato-grossense ainda não possui todos os fertilizantes necessários para plantio dos 5.883,1 mil hectares, área estimada pelo Imea.

Os levantamentos mostram que 70% dos fertilizantes estão comprados e pagos. Do restante necessário, 15% não foi comercializado e os outros 15% estão comprados e devem ser pagos até fim deste mês.

Em um cenário que o produtor tem crédito restrito nas tradings e ainda mais limitado com os recursos oficiais, fica a incerteza de que conseguirá garantir compra e pagamento destes 30%.

O aumento nos preços está tirando o sono de muitos produtores. Para se ter uma idéia, o preço do 00-18-18, fertilizante mais usado no Estado, saiu de US$ 340,00 em junho de 2007 em Rondonópolis para US$ 884,00.

O engenheiro agrônomo e gerente técnico da Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), Luiz Nery Ribas, explica de uma forma bem simples a principal causa desta escassez.

"Está faltando dinheiro, recurso para o produtor adquirir este fertilizante". Assim, a análise mais óbvia é que provavelmente haverá uma redução na produção final da safra 2008/2009.

O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Rui Otoni Prado, destaca ainda que outro fator que influenciou nesta crise de insumos é a linha de crédito.

"E é claro que não podemos deixar de destacar o aumento de preço que os fertilizantes tiveram nos últimos anos, que sobre conforme o preço da soja. Está demonstrado que existe um cartel internacional neste sentido, um grande oligopólio por parte das empresas que vendem fertilizantes", observa.

Rui ressalta que falta muito fertilizante no Estado. Somente para a produção de soja está faltando aproximadamente 1 milhão e 800 mil hectares.

De acordo com dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o mercado brasileiro de fertilizantes é o quarto maior do mundo. Nos últimos 10 anos, apresentou crescimento na ordem de 70%. O consumo aparente de fertilizantes no país atinge cerca de 20,9 milhões de toneladas.

Desse total, 41,84%, ou seja, 8,7 milhões de toneladas, é produzido no mercado interno. O restante, 58,16%, que representa 12,2 milhões de toneladas, é originário de diversos países, dependendo do tipo de nutriente.

A soja é a cultura que possui o maior consumo aparente de fertilizantes. Responde por 33,85% do consumo total brasileiro, o que equivale a 7,1 milhões de toneladas. O peso dos fertilizantes na composição dos custos de produção dessa commodity oscila entre 20 e 33% no Centro-Oeste e 14 a 22% no Rio Grande do Sul e Paraná.

O CNA observa que nas safras 2005/2006 e 2006/2007 esse peso diminuiu em função da redução do uso de fertilizantes, gerada pela queda do nível tecnológico das lavouras.





Fonte: A Gazeta

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