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Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Quarta - 06 de Agosto de 2008 às 09:48

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A margem de lucro dos bancos pesa mais sobre o custo do crédito no país do que a tributação que incide sobre as operações financeiras, embora essa distância tenha diminuído um pouco no ano passado. É o que mostra estudo do Banco Central, que aponta a inadimplência como uma dos principais explicações para os elevados juros nos empréstimos.

A partir de dados de 2007, o BC analisou os itens que compõem o chamado "spread" bancário, nome dado à diferença entre os juros que os bancos pagam para captar recursos no mercado e a taxa efetivamente praticada nos financiamentos. O objetivo é mostrar quais fatores, além da Selic, interferem no custo de um empréstimo.

De acordo com o estudo, a inadimplência ainda é o item de maior peso, respondendo por 37,4% do "spread" total. O atraso nos pagamentos influi no custo do crédito porque os bancos embutem nos juros o prejuízo que eventuais calotes trarão no futuro. Apesar de continuar elevado, o peso da inadimplência sobre o "spread" recuou em relação a 2006, quando estava em 38,3%.

Já a participação dos ganhos dos bancos no "spread" ficou em 26,9%. O BC ressalva que a mensuração da rentabilidade das instituições financeiras não é exata porque é difícil identificar com precisão todos os custos operacionais envolvidos, mas afirma que a estatística apresentada no estudo "é normalmente tomada como uma medida imperfeita da margem [de lucro]" do setor.

Assim como no caso da inadimplência, o peso da margem dos bancos no "spread" caiu no ano passado. Em 2006, essa participação estava em 28,2%.

Os impostos chegaram a 22,2% do "spread" em 2007. O número considera tanto os tributos diretos (como o Imposto sobre Operações Financeiras, o IOF) como os indiretos (caso do Imposto de Renda), além de contabilizar o impacto da parcela do depósito compulsório, que precisa, obrigatoriamente, ser recolhida pelo BC.

Os tributos respondiam por 21,1% do "spread" em 2006. Também se elevou o custo administrativo dos bancos, que subiu de 12,4% para 13,5%.





Fonte: Folha de S.Paulo

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