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Agronegócios
Quarta - 09 de Julho de 2008 às 15:56

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A informação é do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola, que projeta um crescimento na ordem de 4% para a soja, e diminuição em torno de 20% do algodão. O estudo foi apresentado em Cuiabá pela Federação da Agricultura e Pecuária (Famato), em encontro com a presença de representantes da indústria, comércio e agronegócio.

“É a cultura da soja migrando para ocupar áreas antes cultivadas com o algodão”, frisa o consultor Amado Oliveira Filho. Os índices de rentabilidade por hectare entre os cotonicultores estimados, conforme estudo do IMEA, são desfavoráveis, por exemplo, em Campo Verde, o custo por hectare sai por R$ 2.502,57 contra R$ 2.225,91 de receita, ou seja, um percentual de – 12% na rentabilidade, em Sorriso chega a – 19% e em Campo Novo do Parecis – 17%. E pesa ainda à cultura a exigência de mais tecnologia (mais uso de insumos-fertilizantes) se comparável ao cultivo da soja. Mato Grosso mantém a liderança na produção da soja com 17,7 milhões de toneladas, seguido do Paraná com 11,8 milhões e o Rio Grande do Sul com 7,8 milhões de toneladas da oleaginosa.

“O setor agropecuário enfrenta forte pressão nos preços dos insumos e, por isso, não há como ter renda decente no campo num cenário desalentador e desestimulante como esse ao produtor rural”, diz Amado.

Ele aponta, por exemplo, um comparativo dos custos de produção da soja equivalente a dólares versus hectares (US$/ha). Entre 2001 e 2002 o custo era de 262 US$/ha e para a safra 2008/09 o custo estimado é de 909 dólares por hectares. Quanto ao custo de fertilizantes a variante foi de 90 dólares por hectare na safra 2001/02 contra 433 US$/ha para a safra 2008/09. “Nesse período houve um aumento absurdo de 526,49% só deste insumo agrícola”.

Conforme analisou Amado Oliveira, com toda essa evolução no custo de fertilizantes o efeito acaba influenciando o setor energético, com um impacto de retração no seu consumo.

“Na área da pecuária, a realidade não é muito diferente, infelizmente devido ao preço elevado do milho, muitas indústrias de ração em Mato Grosso que estão fechando as suas portas”. Ele aponta que o rebanho entre os pecuaristas mato-grossenses vem demonstrando uma certa estabilidade, com redução significativa do número de cabeças em função dos custos e alto preço do sal, por exemplo, cotado na faixa dos R$ 78,00 o saco.

“Apesar desses fatores nada animadores, a tendência é que haja uma alta durante todo o segundo semestre no preço da arroba e com reflexo ao consumidor final, ao produto carne bovina”.





Fonte: Agrolink

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