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Economia
Quarta - 09 de Julho de 2008 às 15:49

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A regra de pesquisar antes de contratar um serviço também serve para os bancos. Levantamento feito pelo Contas Abertas no site do Banco Central com os 10 maiores bancos do Brasil revela que tarifas bancárias podem variar 669% de uma instituição para outra, dependendo do serviço. Em alguns casos, itens oferecidos de graça por um banco têm tarifa de R$ 120,00 em outros. Clique aqui para ver a lista dos bancos com os serviços oferecidos.

Em média, o cadastro de uma nova conta é o serviço mais caro. No Banco do Brasil e no Bradesco, o serviço é oferecido gratuitamente. Já no Unibanco, uma nova conta pode custar até R$ 120,00. Outros exemplos são o banco Nossa Caixa, que cobra R$ 20,00 por novas contas e o HSBC, onde o cadastro de uma nova conta sai por R$ 54,00. Como se pode ver, os preços variam bastante. Nesse caso, o valor máximo que o Banco Central autoriza a cobrar é de R$ 1,2 mil. O valor médio, entretanto, fica em R$ 51,29.

O serviço cujos valores mais variam percentualmente entre os dez maiores bancos é o extrato mensal de conta de depósito à vista e poupança para um período. Em termos absolutos, a diferença pode não parecer muito grande: enquanto Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal cobram R$ 1,45, o Safra cobra R$ 10,00. Os R$ 8,55 de diferença representam uma economia de 669%. Uma pessoa que tire um extrato por mês pode economizar R$ 102,60 em um ano. Apesar da tarifa do banco Safra ser tão mais cara, ela ainda está longe do limite de R$ 60,00 estipulado pelo Banco Central. O preço médio cobrado, entretanto, é R$ 1,88.

Outro serviço com alta variação percentual entre as instituições é o de cheque de transferência bancária (TB e TBG), cuja diferença pode chegar a 443%. O banco com a maior tarifa para esse serviço é o Safra, onde o serviço pode sair por até R$ 1,90, e o banco com a menor tarifa é o Nossa Caixa, que cobra R$ 0,35. Em termos absolutos, entretanto, a diferença não assusta tanto: fica em R$ 1,55.

O assessor técnico da Federação Brasileira de Bancos Ademiro Vian explica que essa variação é natural, dependendo do foco da instituição. Bancos como o Santander e o Citibank, por exemplo, voltados para um tipo mais específico de cliente, costumam oferecer tarifas mais caras. Já bancos mais segmentados, como a Caixa Econômica Federal e o Bradesco, oferecem tarifas medianas. A dica para o cliente é procurar o banco que se adeqüe mais ao seu perfil.

O diretor do Procon-DF, Peniel Pacheco, sugere que o cliente pesquise bastante. Se já tem uma conta no banco, Pacheco aconselha que o consumidor compare os custos das operações que mais usa com os dos demais bancos. Caso o consumidor vá abrir uma nova conta, Pacheco recomenda negociar as tarifas com o gerente. “Se o cliente tem uma postura de consumo consciente, ou seja, usa os serviços sem ficar inadimplente, o banco pode aceitar negociar os valores das tarifas”, explica. Por último, o diretor do Procon recomenda que o cliente denuncie sempre que perceber uma irregularidade. Basta ligar ou procurar um dos postos de atendimento do Procon.

Receitas de prestação de serviços

Pesquisa divulgada pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região mostra que as receitas dos onze maiores bancos com prestação de serviços cresceu 138% de 1995 até o ano passado. Clique aqui para ver a tabela. Em 2007, a receita dos 11 bancos somada atingiu R$ 53,8 bilhões, o equivalente, por exemplo, aos orçamentos de 12 ministérios, entre eles o da Cultura, o da Ciência e Tecnologia, do Turismo, do Esporte, do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Agrário, das Comunicações e da Justiça.

Segundo o Sindicato de São Paulo, Osasco e Região, além das tarifas regulamentadas, outras taxas, como a de administração de fundos de investimento, também compõem a receita de prestação de serviços. O assessor técnico da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) Ademiro Vian alerta que apenas entre 16% e 23% dessa receita é composta por serviços oferecidos à pessoa física; o restante é referente à pessoa jurídica. Além disso, contabiliza também receita oriunda de filiais no exterior.

Ademiro Vian credita o aumento de receita a quatro fatores: o aumento no número de clientes e no número de operações de crédito, o reajuste de tarifas e a ampliação de serviços prestados pelos bancos.

É importante ressaltar ainda que esses valores de receitas dos bancos são anteriores às mudanças regulamentadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), com o objetivo de estimular a competição entre bancos e limitar a cobrança de serviços bancários. As regras do CMN começaram a valer a partir de 30 de abril de 2008. Entre as mudanças, estão a obrigação do banco de fornecer um extrato anual com as tarifas cobradas e o limite de reajuste de tarifas de no máximo uma vez a cada seis meses.





Fonte: Contas Abertas

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