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Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Quarta - 09 de Julho de 2008 às 12:01

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A alta da inflação e a política monetária adotada para conter a escalada dos preços fizeram a Confederação Nacional da Indústria (CNI) projetar um arrefecimento da demanda interna no segundo semestre. Por isso, a instituição modificou, para baixo, a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), diminuindo sua projeção de 5% para 4,7% em pesquisa divulgada nesta quarta-feira.

A CNI afirmou que a estimativa só não foi mais baixa "devido às forças inerciais do crescimento". Porém, a instituição acredita que os efeitos no crescimento econômico serão ainda mais sentidos em 2009.

Embora, na análise da entidade do setor industrial, as fontes primárias da inflação sejam de origem externa - com a permanência de altos preços das commodities -, a combinação da forte pressão da inflação dos alimentos com a expansão do crédito e da renda gera as condições para um movimento doméstico de contaminação mais ampla dos preços.

A CNI lembra que a taxa de inflação acumulada em 12 meses, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu em maio 5,6%, aumentando pelo sétimo mês consecutivo. Como resultado, as previsões para a inflação deste ano se elevaram consideravelmente e a entidade antecipa a possibilidade da inflação anual atingir 6,4% em dezembro - praticamente no limite superior da meta de inflação, sendo que a projeção anterior era de 4,7%.

A massa salarial real ainda registra ritmo intenso de expansão, conforme a análise. "Esse movimento tem como alicerce o forte crescimento do emprego, uma vez que os rendimentos reais já mostram certo arrefecimento com a alta da inflação. Todavia, dada a defasagem entre o ciclo de expansão do PIB e a evolução do emprego, o mercado de trabalho ainda irá mostrar bons resultados ao longo do ano", afirmou a CNI, em nota.

A instituição também projeta uma taxa de desemprego em 6,7% em dezembro, acumulando uma média anual perto de 8%. "A reação da política econômica é clara no combate à alta da inflação e o desafio está em controlar a alta com o menor dano ao crescimento", diz.

O fato novo, de acordo com a entidade, está na maior consonância entre as políticas fiscal e monetária com o anúncio de elevação da meta de superávit primário para 4,3% do PIB.

"O compromisso fiscal assumido pelo Executivo é uma ajuda importante na contenção do crescimento da demanda interna e divide com o Banco Central o ônus do combate à inflação, o que deverá limitar a intensidade de elevação dos juros. Ainda assim, é possível que a taxa Selic chegue a 14,25% no final do ano, com a manutenção do ritmo atual de elevação dos juros", pondera.

A concessão do grau de investimento e o alargamento do diferencial de juros promoveram valorização adicional do real no trimestre, na visão da CNI. A entidade considera o impacto da valorização nos fluxos comerciais "expressivo" e que o saldo comercial deverá reduzir-se quase à metade neste ano, situando-se em torno de US$ 20 bilhões.





Fonte: Redação Terra

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