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Cidades/Geral
Quarta - 25 de Junho de 2008 às 17:16

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Municípios de Mato Grosso que necessitam viabilizar atendimento para pacientes que tenham fissura de lábio e palato, conhecida também como lábio leporino, contam agora com atendimento para essas deformidades em hospitais sediados em Cuiabá. Até pouco tempo atrás, pacientes que nasciam com qualquer tipo de deformidades no crânio, face e maxilar, tinham que sair de Mato Grosso para fazer a cirurgia. Hoje isso não acontece mais. Há dois anos uma equipe de profissionais foi formada, no Hospital Júlio Muller, para atender os pacientes, viabilizar a cirurgia e acompanhar o pós-operatório. Todo tratamento é feito através do SUS.

A equipe de deformidades craniomaxilofaciais e fissuras lábio-palatinas é formada por dois cirurgiões craniomaxilofacial, uma fonoaudióloga, otorrinolarigologista, psicóloga, enfermeira, auxiliar de enfermagem e uma assistente social. Os profissionais atendem em dois pontos da cidade. No Hospital Júlio Muller às sextas-feiras pela manhã e no Centro de Reabilitação Dom Aquino Correa às segundas e quartas-feiras no período da tarde. As consultas podem ser marcadas através dos telefones: (65) 3615-7290 e 3613-1900.

De cada 650 nascidos vivos, um tem alguma deformidade craniomaxilofacial. A mais simples e comum é a fissura de lábio e palato, conhecida também como lábio leporino. Segundo o cirurgião crâniomaxilofacial, Adalberto Novaes, as deformidades são congênitas, mas podem também ser genéticas. ”Hoje, na maioria dos casos, ainda não é possível evitar que uma criança nasça com alguma dessas deformidades. Mas no futuro isso será possível com a terapia genética. Iremos mudar os genes com deformidades através de uma tratamento”, explica.

O cirurgião afirma que as deformidades podem estar associadas ainda a fatores ambientais como o alcoolismo, o tabagismo, a deficiências nutricionais, ao uso de medicamentos inadequados na gestação e ao surgimento de doenças infecciosas, como a sífilis e a rubéola, durante a gravidez.

A fonoaudióloga, Adriana Lima, lembra que a falta de tratamento compromete diretamente a fala, audição, deglutinação, aparência, cognição e provoca, na maioria dos casos, distúrbios emocionais, preconceito e exclusão social. “A cirurgia, de lábio e nariz, pode ser feita em crianças a partir de três meses e a de palato(céu da boca) a partir de um ano. Com o tratamento correto e seguindo todas as orientações do pré e pós operatório a criança ou adulto terá uma vida normal”. declara.

De acordo com a psicóloga Elaine Calestini, as mulheres com casos de deformidades na família devem fazer um aconselhamento genético antes da gravidez. Com esse exame será possível descobrir qual a probabilidade do bebê nascer com deformidade. Elaine explica ainda que o tempo entre a primeira consulta e a cirurgia, na maioria dos casos, é curto, cerca de um mês. “Na primeira consulta o paciente passa pela assistente social, psicóloga e a equipe cirúrgica. Na segunda será avaliado, se for necessário, por outros profissionais como pediatra, oftalmologista e otorrinolaringologista e já receberá as orientações e pedidos de exames pré operatórios. Se correr tudo bem a cirurgia será marcada”, garante.

Em dois anos a equipe já realizou mais de 100 cirurgias. Uma delas foi feita em Rafaela Oliveira Petroni, de apenas 5 meses. A mãe, Marivane Petroni, conta que a filha tinha muita dificuldade para se alimentar. “Ela tossia muito e se afogava porque o leite saia pelo nariz. Agora é outro bebê. Eu fiquei muito feliz e satisfeita com a cirurgia. Ficou perfeito. Ela está linda graças a Deus e à equipe que a atendeu”, afirmou.

Os pais de Rafaela moram em Colniza(1090 km de Cuiabá). Chegaram na capital numa quarta-feira e a cirurgia foi feita no dia seguinte. Os pontos são retirados uma semana após a cirurgia.





Fonte: AMM

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