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Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Quarta - 25 de Junho de 2008 às 07:29
Por: Alexandro Martello

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O Banco Central elevou a sua estimativa para o crescimento do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é utilizado como referência no sistema de metas de inflação, de 2008 para 6%. A informação consta no relatório de inflação do segundo trimestre deste ano, documento que foi divulgado nesta quarta-feira (25) pelo BC. Em 2007, o IPCA subiu 4,47%. No relatório de inflação, o BC informa ainda ter mantido em 4,8% a sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano.

Inflação

A projeção de que o IPCA subirá para 6% neste ano, que consta no relatório de inflação, foi feita tanto com base no cenário de referência (câmbio e juros estáveis no decorrer do horizonte de projeção) como, também, no cenário de mercado (que considera as estimativas dos analistas do mercado financeiro para juros e câmbio nos próximos meses).

No cenário de mercado, a estimativa para o IPCA de 2008 subiu de 4,7% para 6% em 2008. Para 2009, a projeção, ainda no cenário que considera as estimativas do mercado financeiro, caiu de 4,8% para 4,7%. Já no cenário de referência, que pressupõe estabilidade no câmbio e juros no futuro, a estimativa do BC para o IPCA de 2008 subiu de 4,6% para 6% e de 4,4% para 4,7% em 2009.

As previsões do BC mostram ainda que a instituição acredita em desaceleração da inflação no próximo ano. Após chegar a 6% neste ano, pelo cenário de mercado (que contempla um cenário mais real), o BC acredita que o IPCA somará 5,7% em doze meses até março de 2009, recuando para 4,9% no ano encerrado em junho; para 4,8% em doze meses até setembro e para 4,7% em todo ano de 2009.

Metas de inflação

O BC se utiliza do sistema de metas de inflação para definir os juros básicos da economia brasileira. Para 2008 e 2009, a meta central de inflação é de 4,50%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, pode ficar entre 2,50% e 6,50% sem que a meta seja formalmente descumprida.

Se o Banco Central julga que a inflação não está compatível com a trajetória das metas de inflação, opta por subir os juros. Neste ano, com o crescimento dos preços na economia brasileira, o Comitê de Política Monetária (Copom) já subiu os juros em duas ocasiões: em abril e junho. A taxa passou de 11,25% para 12,25% ao ano e a estimativa dos economistas do mercado financeiro é que a taxa avance para 14,25% ao ano até o fim de 2008.

Mesmo subindo os juros, o BC informa que existe a possibilidade de o IPCA deste ano furar o teto da banda do sistema de metas de inflação, ou seja, de ficar acima de 6,50%. Segundo a autoridade monetária, a possibilidade de isso acontecer é de 25% em 2008.

Crescimento do PIB

O BC manteve em 4,8% a sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. No relatório de inflação, informa que o dinamismo das famílias e, em especial, dos investimentos, evidencia a importância da "consolidação do processo de fortalecimento da demanda interna para a continuidade do ciclo de expansão da economia brasileira".

Um dos principais argumentos do BC para subir os juros em abril e junho deste ano seria um descompasso entre a oferta por produtos e serviços na economia brasileira e a procura pelos mesmos. Segundo a autoridade monetária, a procura estaria maior do que a oferta, o que estaria pressionando a inflação.

No relatório de inflação divulgado nesta quarta-feira, porém, o BC avalia que "estão criadas as condições que favorecem a expansão dos investimentos em patamar que garanta, no médio prazo, o equilíbrio entre a demanda e a oferta internas de bens e serviços sem que as contas externas sejam pressionadas de forma inadequada".

A autoridade monetária acrescenta ainda, no documento, que no "médio prazo", a evolução dos investimentos deverá ser "favorecida" pelo cenário de maior ingresso de recursos externos associado à elevação da economia brasileira ao grau de investimento. "Enquanto a intensificação do consumo das famílias continuará refletindo, em grande parte, as melhoras qualitativas e quantitativas no mercado de trabalho e as condições do mercado de crédito", diz o BC.





Fonte: G1

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