Captação da poupança atinge recorde de R$ 18,8 bilhões no ano
A captação líquida (diferença entre os depósitos e os saques) da caderneta de poupança somou R$ 18,822 bilhões entre janeiro e maio deste ano, informou o Banco Central nesta quinta-feira (6). Este é o maior resultado da série histórica, iniciada em 1995, para o período.
A cifra também superou os R$ 10,369 bilhões alcançados nos cinco primeiros meses de 2012.
Apenas em maio, a captação ficou em R$ 5,625 bilhões. O valor é inferior aos R$ 6,262 bilhões vistos em igual mês de 2012 --o maior para o mês desde o início da série histórica--, mas superior aos R$ 2,62 bilhões vistos em abril.
A captação de maio também foi a segunda maior em 2013, atrás apenas dos R$ 5,960 bilhões de março.
O total de depósitos em maio foi de R$ 119,3 bilhões, enquanto os saques somaram R$ 113,7 bilhões.
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Hoje, o total de recursos na poupança soma R$ 526,65 bilhões.
ATRATIVIDADE
A captação da poupança continua batendo recordes recorrentes mesmo após o governo ter atrelado os juros da caderneta à Selic --taxa básica de juros nacional.
A medida foi adotada em maio de 2012 para evitar que outras aplicações financeiras de renda fixa perdessem atratividade em função da queda do juro básico.
Depósitos realizados a partir de 4 de maio do ano passado passaram a render o equivalente a 70% do juro básico do país (a Selic) --sempre que a taxa for igual ou menor a 8,5% ao ano-- mais TR (Taxa Referencial, que atualmente está zerada). Como a Selic está em 8% ao ano, vale a nova regra.
Depósitos anteriores a essa data, ou para novas aplicações feitas quando a Selic for maior que 8,5%, segue a regra antiga: remuneração 6,17% ao ano mais a TR.
Segundo a consultora financeira Marcia Dessen, a poupança fica mais atrativa com a Selic a 8% ao ano e a atual perspectiva de que a taxa deverá subir ainda mais em 2013, já que o rendimento da caderneta é atrelado ao juro básico.
"Mesmo que tenha uma remuneração menor, a poupança também segue atraente porque é isenta de impostos, não cobra taxas de administração e o investidor pode resgatar o valor investido a qualquer momento", diz a consultora.
Analistas consultados pela Folha acreditam que o BC pode elevar o juro básico nacional dos atuais 8% para 9% ao ano ou mais nas próximas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central).
A perspectiva decorre da preocupação demonstrada nesta quinta-feira pelo Banco Central com a inflação, na ata da última reunião do Copom.
O rendimento da poupança, no entanto, segue abaixo da inflação oficial no país, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mostrou altade 0,55% em abril.
O resultado de maio do IPCA será divulgado amanhã, e o mercado espera por uma alta de 0,38%, de acordo com o boletim Focus do Banco Central da última segunda-feira (3).
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