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Nacional
Quinta - 24 de Janeiro de 2008 às 21:12

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Populares se amontoaram em frente à prefeitura de Magé, na Baixada Fluminense, para ver a apreensão de computadores e documentos que possam comprovar denúncia de corrupção realizada por funcionários do município. A ação foi comandada pela Delegacia de Repressão às Ações do Crime Organizado (Draco) a pedido do Ministério Público.

O objetivo era coibir a ação de quatro grupos criminosos acusados de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, peculato e infrações contra a Lei de Licitações. Intitulada “Operação Uniforme Fantasma”, os investigadores desmontaram esquema de corrupção em seis prefeituras do estado do Rio de Janeiro.

As quadrilhas atuavam em 17 municípios do Rio, segundo informou o MP. Deste total, seis prefeituras estariam envolvidas diretamente no esquema de fraude. São elas: Angra dos Reis, Santo Antônio de Pádua, Japeri, Paraíba do Sul, Magé e Rio Bonito.

Dezenove pessoas foram presas, entre secretários municipais, empresários, advogados e servidores públicos. Dentre os presos está uma ex-secretária municipal da Prefeitura de Magé, segundo informou a Draco. Ao todo, a operação visa cumprir 28 mandados de prisão e cerca de 60 de busca e apreensão.

Escutas telefônicas

A polícia liberou escutas telefônicas que comprovam a participação de um funcionário de Magé no esquema. A conversa gravada é entre um empresário conhecido como doutor André e um assessor da prefeita de Magé, Núbia Cozzolino. Ele tenta vender um tomógrafo superfaturado.

“Eu quero mais é que você ganhe dinheiro, mas, pô, você tem que querer que eu ganhe também. Tem que ser um negócio bom pra todo mundo, até porque é um dinheiro público, não tem dono, né?! É dinheiro da prefeitura, então tem como dar uma margem e você ganha um dinheiro, eu ganho um dinheiro, o tico ganha, todo mundo ganha!”, fala o assessor.

As gravações também mostram o secretário de administração de Santo Antônio de Pádua, Tarcísio Padilha, falando sobre um esquema de compra de votos com um vereador que tenta a reeleição.

T – “É o seguinte: o voto vai custar 50 paus, eu vou ter que gastar com você 150 mil” L – “Ta doido ...”

O secretário foi o primeiro a ser preso.

Rombo de R$ 100 milhões

Segundo a polícia, o grupo é acusado de fraudar licitações públicas, facilitar o desvio de dinheiro da folha de pagamento das prefeituras e superfaturar a compra de aparelhos hospitalares e de uniformes.

A polícia estima que as fraudes tenham provocado um rombo de R$ 100 milhões aos cofres públicos. A operação é resultado de uma investigação de dez meses do Ministério Público. A ação já estava programada desde o último dia 9.

Segundo o MP, a investigação foi iniciada com base em informações sobre a existência de movimentações financeiras suspeitas de determinadas empresas. Elas receberiam transferências de diversas quantias e realizariam saques de valores elevados.

Como a quadrilha operava

Ainda de acordo com o MP, a quadrilha operava da seguinte forma: pagava valores indevidos a funcionários públicos envolvidos nos procedimentos licitatórios para que estes garantissem que as empresas ligadas ao grupo vencessem licitações públicas.

A quadrilha também desviava verbas públicas por meio de Organizações Não-Governamentais (ONGs) e organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP), segundo informou o MP.

Quinze pessoas prestaram depoimentos à polícia até as 20h25, incluindo o empresário que aparece nas ligações telefônicas, e negaram participação nas fraudes.




Fonte: G1

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