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Politica Brasil
Terça - 22 de Janeiro de 2008 às 14:15
Por: Rubens de Souza

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“Eu sou um homem de 60 anos e não preciso de Jaime para coordenar nada. Já fui tudo que fui e não preciso dele. Precisamos, sim, do incentivo da parte dele”. A afirmação foi feita nesta terça-feira pelo ex-prefeito, ex-governador, ex-deputado federal, ex-senador e ex-conselheiro do Tribunal de Contas, Júlio Campos, irmão do senador Jaime Campos e um dos pré-candidatos a prefeito de Várzea Grande pelo Partido dos Democratas (DEM). Mas que um despropósito, a afirmação do senador revela que, de fato, o irmão é entrave. Desde as primeiras articulações para seu regresso à vida política, com objetivo de disputar a eleição de prefeito de Várzea Grande.

O próprio Júlio admite que o irmão “vetou” sua saída do TCE. Diz que foi por questão de ordem essencialmente familiar. “Ele dizia que eu tinha um cargo vitalício, tranqüilo e não entendia o que eu queria ficar mexendo com buraco em Várzea Grande. Eu queria e pronto” – conta Júlio, ao descortinar seu estado de espírito. Ele diz que o apoio de Jaime será dado ao candidato que o DEM escolher – e que, no caso, espera que seja ele. Em outras palavras, por alguma razão, Jaime deve se afastar do processo de articulação.

Até porque o ambiente dentro do DEM não é de unidade absoluta. Ele, Júlio, o deputado Wallace Guimarães, o secretário demissionário de Saúde, Arilson Arruda, e o empresário Wilson da Graffite disputam a indicação do partido. “Jaime tem um projeto muito maior, que é 2010” – explica. Em outras palavras, vai precisar de todo o apoio que for possível para viabilizar o projeto eleitoral da sigla. No caso, brigar pelo irmão ou mesmo contra o irmão no segundo colégio eleitoral em importância estratégica parece não ser a alternativa mais viável para quem quer ser governador.

Sempre com as frases de efeito tradicionais da política, Júlio avalia que suas condições de ser o candidato são boas. Afirma que tem o apoio de vereadores e lideranças de Várzea Grande. Ele sabe que o adversário a ser batido – que tem mais força por ter experiência de urna e estar com mandato eletivo – é Wallace Guimarães. Tecnicamente, a estratégia de Júlio é cabalar o apoio dos pré-candidatos Arilson e Wilson. “Em política vale tudo, menos perder” – confirma. A eles, a candidatura de vice – o que remete a possibilidade de o DEM acabar saindo com chapa pura no município.

Júlio garante que se for derrotado no processo de harmonização interna do DEM, vai apoiar o vencedor. “Sou um político fiel” – disse, ao descartar a hipótese de buscar apoio em outro partido ou mesmo se transferir para viabilizar seu projeto. Para isso, lembrou de 85, na época em que Paulo Maluf, seu cumpadre, que disputava a indicação do Congresso Nacional pela presidência da República, era “endemonizado” por todos. “Fiquei ao lado dele. Nunca o abandonei” – frisou. “Sou homem que gosta de olhar nos olhos”.

Júlio está convicto de que é o melhor nome para o DEM para disputar a Prefeitura. Entre as vantagens que diz ter a seu favor está o fato de ter “uma baixíssima” rejeição dos eleitores pelo fato de estar há pelo menos 10 anos sem tratar de política partidária. Júlio também lança mão de sua experiência como homem público e, especialmente, da sua influência em Brasília para estruturar seu discurso. Ele tenta convencer a todos de que esses requisitos são essenciais para um prefeito. E que, com isso, poderá suplantar a gestão e ajudar o DEM nos projetos políticos.

De cadeira, Júlio faz até mesmo projeções sobre o que seria a campanha eleitoral em Várzea Grande. Diz que será caro, mas perfeitamente viável. “Teríamos problemas se o atual prefeito fosse um Barros, Campos ou um Botelho, que são nossos parentes” – diz, aprofundando um pouco mais nas entranhas da política várzea-grandense. Júlio deu também a fórmula para vencer as eleições: o partido estar unido. “Se rachar a gente perde” – disse. “Nosso interesse é ganhar a eleição”.





Fonte: 24 Horas News

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