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Esportes
Terça - 15 de Janeiro de 2008 às 19:15

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O maior ídolo do tênis brasileiro de todos os tempos está pendurando a raquete. Depois de mudar a cara do esporte no Brasil e no mundo com seu jeitão de surfista, Gustavo Kuerten anunciou nesta terça-feira, em entrevista coletiva em São Paulo, que dará adeus às quadras em 2008.

Dono de um currículo invejável, mas com sérios problemas físicos que o impediram de jogar em alto nível nos últimos anos, Guga, aos 31 anos, vai aposentar a bolinha amarela no palco onde se transformou em um dos grandes ídolos do país: Roland Garros.

No ano de despedida, Gustavo Kuerten disputará cinco torneios que foram de extrema importância para sua carreira: o Brasil Open, na Costa do Sauípe (BA) (11/02) - onde foi bicampeão em 2002 e 2004, o Aberto de Santa Catarina (14/04) - em que joga "em casa", e os Masters Series de Miami (24/03) - vice-campeão numa final épica contra Sampras em 2000, Monte Carlo (21/04) - bicampeão em 1999 e 2001, Roma (05/05) - campeão em 1999 e vice em 2000 e 2001 - ou Hamburgo (12/05) - campeão em 2000, para finalizar a temporada em Roland Garros (26/05), torneio em que mais se destacou, vencendo em três oportunidades (1997, 2000 e 2001). O último sonho? Disputar suas terceiras Olimpíadas.

A aposentadoria

"Foi uma decisão tranqüila. Quando você reflete bastante sobre algo, acaba fazendo a coisa certa. Comecei a pensar mais no assunto nos últimos três meses. O pessoal da minha família apoiou bastante, assim como o Larri Passos. Foi algo muito bem planejado. Ainda tenho alguns meses para me preparar e não deixar nenhuma lacuna."

As contusões

"Meu limite realmente foi o corpo. Ainda tenho muita gana de competir e ganhar torneios, mas a parte física complicou bastante. Tentei prorrogar o máximo minha carreira porque sei o quanto represento para o tênis no Brasil. Lutei dois ou três anos para jogar em alto nível, mas não consegui. Isso acabou encurtando meu desempenho jogando bem. Gostaria de ter jogado mais dois ou três anos."

Os últimos torneios

"Quero curtir ao máximo todos os momentos. Vou lembrar de coisas do passado, como no Aberto de Florianópolis, que será disputado no local onde treinei desde os 7 anos. Vai ser muito emocionante. Estou pensando também na Olimpíada de Pequim. Se tiver o convite e estiver jogando bem, seria muito gratificante participar dos Jogos pela terceira vez."

O futuro

"Tenho um plano de trabalhar com o meu instituto, através de projetos sociais e atividades para desenvolver o tênis no país. Mas também vou viver a minha vida. Sempre dei prioridade total ao esporte. Agora chegou o momento de aproveitar um pouco. Não vou me vincular a nenhum cargo como dirigente. Ser capitão do Brasil na Copa Davis é uma possibilidade para o futuro. Espero, sim, continuar olhando para alguns jovens jogadores. Vou poder trabalhar ativamente para isso. Sinto que tenho a responsabilidade de devolver ao tênis tudo o que ele me deu."

O retorno a Roland Garros

"Cheguei lá com 15 anos e não passei do classificatório juvenil (risos). Agora, vai ser muito emotivo, mas vou fazer aquilo que sempre fiz: me divertir e competir. Seria perfeito me despedir com título. Poderia ser contra qualquer adversário (risos). Estive lá no ano passado de terno e gravata para entregar o troféu ao vencedor e fiquei muito mais nervoso do que quando jogava. Mas, sem dúvida, vivi os momentos mais felizes da minha vida naquelas quadras."

O tênis no Brasil

"É preciso fazer um trabalho a longo prazo. O país precisa ter um tenista entre os 50 melhores do mundo para que o esporte se desenvolva mais. O grande problema é a cultura do povo brasileiro. O tênis é um esporte solitário e que não é tão natural como o futebol. Por isso, não espero que a gente tenha o mesmo desenvolvimento da Argentina, que tem um conhecimento muito grande sobre o tênis."

Guga, um gênio?

"Tive momentos de genialidade. Provavelmente, meus últimos anos de carreira pudessem ser os melhores. Ficou uma lacuna na minha cabeça de que eu poderia me aproximar mais de Sampras, Agassi, Federer e outros. Mesmo assim, fui muito mais longe do que imaginava."




Fonte: Globoesporte.com

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