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Internacional
Quarta - 28 de Novembro de 2007 às 20:41

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Caracas, 28 nov (EFE).- O Governo e a oposição venezuelana aumentaram hoje os esforços para mobilizar seus partidários nas manifestações com as quais encerrarão suas campanhas para o referendo de domingo sobre a reforma constitucional.

"Nós vamos encher a avenida Bolívar", afirmou hoje o dirigente opositor Leopoldo López, prefeito do município de Chacao, na grande Caracas. Ele convocou para esta quinta-feira uma mobilização contra as mudanças propostas na Constituição pelo presidente Hugo Chávez.

"Esta é a luta do povo. Fazemos um chamado para que entendam o compromisso que todos precisam ter para encher a avenida Bolívar", disse López, do partido Um Novo Tempo.

"Vamos encher a avenida com todos os cidadãos conscientes de que este projeto de reforma é ruim e prejudicial a todos os venezuelanos", afirmou o prefeito opositor.

Chacao amanheceu hoje com cartazes contrários ao projeto de reforma.

Opositores e partidários das mudanças propostas por Chávez combinaram manifestações com seus apoiadores na mesma avenida de Caracas, embora em dias diferentes, em meio a um clima de tensão, devido a acusações mútuas e alertas de provocação, e a alguns fatos isolados.

Os opositores se encontrarão amanhã, ao tempo que os governistas marcaram sua manifestação para sexta-feira.

Os incidentes nas ruas do interior do país, protagonizados na segunda-feira por setores da oposição e pela Polícia e, em alguns casos, por "chavistas", deixaram um simpatizante das reformas morto. A pessoa acusada de baleá-lo já foi detida, e outras 80 foram presas.

Esses conflitos fizeram com que a população ficasse com medo de que os distúrbios se estendessem para outros pontos do país.

Em um discurso realizado esta madrugada numa emissora estatal de televisão, Chávez disse novamente a seus partidários que existem "planos desestabilizadores" que serão ativados após a votação, segundo o governante.

Chávez disse que os incidentes de segunda-feira foram "ensaios de setores fascistas".

"Faremos o que tiver que ser feito", afirmou o presidente, que previu a vitória do "sim", e disse que os setores opositores não reconhecerão o resultado do referendo e alegarão que houve fraude.

Anteriormente, o ministro do Interior e da Justiça Pedro Carreño havia dito que alguns grupos se propõem a proclamar o triunfo do "não" com base em uma pesquisa falsa e antes dos resultados oficiais, para depois não reconhecê-los e dizer que houve fraude.

Durante a semana, Chávez disse ainda que há uma tentativa de assassinato contra ele.

"Tudo indica que estão tentando me matar diante do que ocorrerá no domingo, quando aprovaremos a reforma", disse o presidente venezuelano.

Além disso, Chávez pediu que se estude um processo contra a rede de televisão americana "CNN", por ter estimulado o seu assassinato ao no ar um vídeo com imagens suas e a legenda "quem o matou?".

O canal se desculpou hoje pelo ocorrido hoje, e atribuiu o incidente a um erro.

O Comando Nacional da Resistência (CNR), setor mais radical da oposição, afirmou hoje que deixará de se abster e convocará a população a votar, embora "sob protestos".

"Seria uma imprudência desconhecer que a opção eleitoral calou profundamente o ânimo dos venezuelanos", acrescentou o grupo, um dia após o tradicional partido Ação Democrática (AD, social-democrata) ter anunciado que se unia aos grupos que apóiam o "não".

Apenas a Força Solidária ainda promove a abstenção. O presidente do grupo, Alejandro Peña Esclusa, pediu para que "milhares de focos de protestos" impeçam a realização do referendo.

Diante dessa declaração, o ministro de Telecomunicações Jesse Chacón disse que esse tipo de atitude será "combatido" e pediu aos demais grupos opositores que se comprometam a reconhecer o resultado das urnas.

Chacón afirmou que quem perder "deve reconhecer a derrota". Segundo ele, caso ocorra a vitória do "não" no domingo, o Governo será o primeiro a reconhecê-la.

O ministro espera que as pessoas que declararam que votarão contra a reforma sejam capazes de dizer aos cidadãos que estão dispostos a reconhecer a derrota, caso ocorra.

Quase 16 milhões de venezuelanos estão convocados para votar no domingo no referendo sobre a reforma constitucional, que prevê a modificação de 69 dos 350 artigos da Carta Magna do país.




Fonte: EFE

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