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Economia
Terça - 27 de Novembro de 2007 às 08:48
Por: Cristina Canas

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O dólar à vista, negociado no pregão viva-voz da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), abriu os negócios de hoje em alta de 1,01%, cotado a R$ 1,843. Depois de intensificar os ganhos e alcançar a taxa máxima de R$ 1,847 (+1,23%), a moeda norte-americana reduziu os ganhos e, às 9h28, subia 0,99%, a R$ 1,8425.

Os primeiros negócios com dólar no Brasil dão, na manhã de hoje, uma demonstração de que se instalou um ambiente de desconfiança no mercado doméstico de câmbio nos últimos dias. Os analistas não conseguem achar um único culpado para essa mudança, mas rapidamente relacionam uma série de "pequenos fatores", que explicariam a trajetória de alta firme que assumiu a cotação do dólar nos últimos quatro pregões e se repete na abertura de hoje.

Encabeçando a lista dos motivos que pressionam o dólar estão os movimentos políticos para que haja alterações na condução da economia vislumbrados por analistas perante as mudanças no Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas (Ipea), a criação do fundo soberano e os constantes aumentos nos gastos públicos.

Além disso, o mercado começa a avaliar que, mesmo que pontuais, medidas eventuais para o câmbio podem ter peso nas cotações daqui para a frente, visto que viriam acompanhadas de outros motivos de pressão de alta do dólar. E ainda há o fator sazonal: a demanda maior por dólares, habitual no final do ano. Assim, o movimento principal que sustenta a alta da cotação do moeda norte-americana nos últimos dias e que se repete esta manhã, segundo operadores, é o desmonte de posição vendida no mercado futuro. Ou seja, o desmonte de arbitragem entre dólares e reais, que demonstra que a aposta única em queda constante do dólar está sendo revista. E ainda há a saída de estrangeiros da Bolsa paulista.

Perante isso, os investidores ignoram, por enquanto, o ambiente internacional de hoje. Lá fora, dando seqüência ao comportamento bipolar dos mercados visto nos últimos tempos, o dia hoje é de otimismo, em contraponto às perdas generalizadas de ontem. A fonte do forte ânimo demonstrado principalmente pelos ativos norte-americanos - com destaque para os futuros do mercado acionário e o dólar - é o aporte de US$ 7,5 bilhões feito pelo maior dos seis Emirados Árabes Unidos, Abu Dhabi, no Citigroup. Nos negócios com petróleo, onde a cotação do barril mostra queda superior a 1%, também influencia a promessa da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de aumentar a produção.

Ainda assim, escaldados pela volatilidade dos últimos pregões, os analistas nacionais ressaltam que no noticiário internacional do dia é importante considerar não só a notícia positiva vindo do Citigroup, mas também é preciso acompanhar a agenda de indicadores econômicos dos EUA. Hoje haverá a divulgação do índice de confiança do consumidor norte-americano em novembro e isso é fator de cautela.

Vale lembrar que hoje o BC faz o leilão de contratos de swap cambial reverso para a rolagem integral do vencimento do próximo dia 3 de dezembro. Conforme comunicado enviado ao mercado, serão ofertados 35.900 contratos, o equivalente a US$ 1,7 bilhão. As propostas devem ser encaminhadas ao BC entre 12 horas e 13 horas, e o resultado será divulgado a partir das 14h30.





Fonte: AE

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