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Politica Brasil
Terça - 20 de Novembro de 2007 às 18:05

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BELO HORIZONTE - A executiva do PT em Minas Gerais decidiu suspender por 60 dias a filiação partidária do ex-embaixador do Brasil em Cuba, Tilden Santiago. A medida foi tomada ontem diante da decisão de Tilden de assumir um cargo na Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a principal estatal do governo Aécio Neves (PSDB). Considerado um petista histórico, tendo sido um dos fundadores da legenda, o ex-embaixador assumiu no final de junho a função de assessor para assuntos ambientais da presidência da Cemig, atendendo a um convite de Aécio.

Desde então, vinha sendo pressionado pela executiva estadual a optar entre o partido e o cargo. Dos 12 membros da executiva, 11 votaram pela suspensão e um se absteve. No dia 8 de dezembro, uma reunião do diretório mineiro irá selar o destino de Tilden. "O diretório pode anular a decisão, pode expulsá-lo ou manter a suspensão da filiação. A proposta da executiva é que a filiação permaneça suspensa enquanto ele estiver no cargo", disse o presidente do PT-MG, Nilmário Miranda.

No encerramento do 3º Congresso Estadual do partido, os petistas aprovaram resolução em que reafirmam conduta de oposição a Aécio e proíbem os filiados de qualquer participação no governo estadual. Tilden sempre alegou que ocupa um cargo técnico, voltado para a revitalização do Rio São Francisco. Em sua defesa apresentou ao partido um documento de 16 páginas, com argumentos jurídicos e políticos. "Me sinto num clima kafkiano", disse o ex-embaixador, numa referência ao escritor Franz Kafka, autor de O Processo.

Codevasf

Ao deixar a embaixada do Brasil em Cuba, no final de fevereiro, Tilden tentou, sem sucesso, assumir a presidência da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), que acabou ficando com o PMDB. Num primeiro encontro com a direção petista, disse que aceitaria ser indicado para um cargo de segundo ou terceiro escalão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, no Estado, mas não houve convite. "O problema é que o governo do PT ampliou a coalizão", observou Nilmário, rechaçando qualquer arbitrariedade na decisão da executiva estadual. "A coisa estava sendo levada no limite do tempo. Ele foi inflexível."

Embora tenha dito que respeita a decisão e espera ser comunicado oficialmente, o ex-embaixador afirmou que não há contradição em ser "profundamente petista" e atuar na revitalização do São Francisco. Segundo ele, o tempo atual demanda uma concepção menos "arcaica" do partido e da política. "Aquilo de que eu sou acusado agora, o Lula tem com o Aécio uma relação mais do que civilizada. Ele e o Fernando Pimentel (prefeito de Belo Horizonte)", salientou. "Vida partidária para mim não é de hoje. Demorou muito no PT, foi o que durou mais. Mas é uma coisa que pesa um pouco. É com um certo pesar no coração, porque são 27 anos."




Fonte: AE

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