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Polícia Brasil
Sábado - 17 de Novembro de 2007 às 07:44
Por: Adilson Rosa

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Ferimento à bala foi na cabeça, desferido, segundo a polícia, pelo mais velho, de 18 anos, que não suportava mais os furtos do mais novo, 17, por droga

O adolescente Paulo César Martins, de 17 anos, foi assassinado pelo próprio irmão com um tiro na cabeça ontem de manhã, em frente à sua casa, no Jardim Florianópolis, Cuiabá. A informação foi repassada pela polícia. O suspeito tem 18 anos. Cansado de ver Paulo levar os pertences de casa para trocar por drogas numa boca-de-fumo, o irmão discutiu de forma áspera com ele. Revoltado porque o adolescente não o obedecia, o acusado pegou um revólver e apontou para Paulo e acabou atirando.

O crime ocorreu por volta das 9 horas. Levado em estado grave ao Pronto-Socorro de Cuiabá (PSC), o adolescente morreu próximo das 14 horas. O irmão fugiu após o disparo e teria levado consigo a arma do crime.

Nesse ínterim, a mãe procurou a Delegacia do Complexo do Planalto para registrar queixa e explicar a situação. Enquanto policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) faziam a liberação do corpo, policiais do Planalto não sabiam como informar à mãe que o filho tinha morrido.

Para policiais plantonistas, a droga é uma forma de desagregação familiar, pois é comum o fato de viciados pegarem tudo que tem em casa para trocar por entorpecentes - maconha, cocaína ou pasta-base. “Em alguns casos, termina em tragédia, como é o caso desse adolescente”, observou um policial plantonista. “Quando começa pegar coisas de casa, é sempre uma etapa anterior à prática de furto”.

Para a delegada Anaíde Barros, de plantão na DHPP, o que ocorreu foi uma tragédia. “A se confirmar as informações iniciais, trata-se mesmo de uma situação incomum, uma tragédia para a família desse adolescente”, comentou.

A delegada deverá ouvir os familiares e vizinhos de Paulo. Ela acredita que o irmão acusado de atirar no adolescente deverá se apresentar nos próximos dias. “Trata-se, então, de um crime esclarecido”, frisou.

Filhos drogados trazem transtornos para as mães. Uma funcionária pública mãe de um filho adolescente viciado em pasta-base viveu momentos terríveis. Ela relatou que os produtos alimentícios comprados para passar o mês tinham que ser abertos ou furados. Caso contrário, o adolescente trocava por drogas.

“Olha, lata de óleo tinha que ser furada, pacote de macarrão, arroz, tudo aberto e amarrado. Se a embalagem não fosse violada, sumia rapidamente de casa”, disse.





Fonte: Diário de Cuiabá

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