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Sábado - 17 de Novembro de 2007 às 07:09
Por: Elaine Perassoli

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O turismo tecnológico que vem sendo desenvolvido em Campo Verde, a 131 quilômetros de Cuiabá, há mais de dois anos, já recebeu o título de primeiro destino mato-grossense preparado para receber este público. Além disso, já se tornou referência em todo Brasil. Grupos de várias partes do País visitam o Estado e, especificamente, o município para conhecer os produtos. Outro atrativo é o voucher único que também é uma inovação e foi um projeto que deu certo na região.

Em 2007, o município marcou mais um gol, realizando o 1º Seminário Brasileiro de Turismo Tecnológico. O secretário de Estado de Desenvolvimento do Turismo, Pedro Nadaf diz que há vários municípios mato-grossenses que tem um enorme potencial para investir neste segmento. “Temos o maior rebanho bovino do Brasil, somos o maior produtor de grãos e ainda nos destacamos em outras atividades como a suinocultura, ovinocultura, piscicultura e outras. Os produtores mato-grossenses são extremamente competentes e esse é o principal produto do turismo tecnológico”, destaca.

Na opinião dele, municípios como Rondonópolis (a 212 km da capital), Sinop (500 km de Cuiabá), Água Boa (730 km de Cuiabá), Barra do Garças (509 km de Cuiabá) , Primavera do Leste (231 km de Cuiabá), Lucas do Rio Verde (354 km de Cuiabá) e Sorriso (420 km de Cuiabá) também tem potencial para desenvolver este segmento. “As regiões que estiverem preparadas para receber este público terão oportunidade de incrementar ainda mais a economia”, enfatiza.

Vale destacar que o turista que opta pelo turismo tecnológico é bem mais exigente. No entanto deixa pelo menos 20% a mais nos destinos que o turista tradicional. Mato Grosso é conhecido mundialmente como um dos maiores produtores de grãos e como detentor de uma tecnologia avançada no setor pecuário. Produtores, pesquisadores e até mesmo o turista comum gosta de conhecer como estas propriedades funcionam e como se produz com tanta eficiência.

O secretário de Indústria, Comércio e Turismo de Campo Verde, Edmilson Otake, diz que ainda não é possível precisar o fluxo de visitantes e nem a renda que o segmento está gerando mensalmente para o município. “Estamos trabalhando para levantar estes dados. Mas o aumento na taxa de ocupação dos hotéis é uma das coisas que mais nos chama a atenção”, revela.

A coordenadora de Turismo do município, Tatiana Fernandes conta que Campo Verde já recebia este tipo de visitante há muito tempo. “Mas as pessoas chegavam na cidade faziam as visitas nas propriedades e iam embora. Agora estamos viabilizando produtos e novas opções para que o turista fique mais tempo em nosso município e conheça as belezas naturais que existe em nossa região”.

Na opinião de Otake, o interesse, a necessidade de realização de estudos e pesquisas, o intercâmbio de idéias produtivas, são elementos motivadores do turismo tecnológico. Este segmento se caracteriza pelos interesses sociais e culturais dos turistas e comunidade local, para com as fontes de informações de tecnologia.

O secretário salienta ainda que Campo Verde é provido de alta tecnologia para plantação de grãos, num processo contínuo, desde a preparação do solo, através do plantio direto ao uso de maquinários modernos e técnicas inovadoras, tendo como resultado os recordes de produtividade safra após safra de forma sustentável. “As empresas e os produtores investem em profissionais qualificados e em pesquisas para a descoberta de novas culturas e melhoramento das existentes no mercado. O objetivo é aumentar os recursos e a conservação do meio ambiente”, explica.

Já no setor da pecuária, a criação de bovinos destaca-se no cenário mundial pela pratica de níveis elevados de tecnologia com cruzamento industrial, inseminação artificial, transferência de embriões e confinamento. “Com isso, alguns produtores conseguem reduzir o tempo de abate e melhorar a qualidade e sabor da carne”, explica.

PRIMEIRO ROTEIRO DE TURISMO TECNOLÓGICO EM MATO GROSSO

O roteiro de turismo tecnológico em Campo Verde é formado por três propriedades. A expectativa é ampliar este número para oito. No entanto, esse processo é lento porque é necessário investir em qualificação para os guias que acompanham os grupos e também em estrutura para atender o visitante.

O parque industrial Água Mineral Puríssima é uma das três propriedades do roteiro. Apresenta sistema de captação e engarrafamento de água mineral com alta tecnologia utilizando condutores de aço inox e se abastecendo de insurgência do aqüífero guarani, considerado¬ o maior reservatório de água doce do mundo. A área de produção está aberta para os visitantes que conhecem o sistema de higiene e controle de qualidade. A empresa mantém uma conduta eficiente de relacionamento trabalhista e oferece uma trilha catalogada dentro de reserva ambiental que leva o visitante ao local da fonte de captação. A visita dura em média meio dia.

O grupo Bom Futuro também faz parte deste roteiro. Apresenta 41.500 hectares de plantio onde desenvolve culturas de soja, algodão, milho, girassol e feijão. Além disso, também é reconhecida no mercado pelo seu projeto de piscicultura, que confina apenas as matrizes. A propriedade está bem organizada em aglomerados de parque industrial para mostrar aos visitantes os maquinários e meios de produção que o tornaram o Estado um dos maiores produtores de semente em tempo recorde. Nesta propriedade a visita tecnológica é associada com práticas de mergulho de superfície em aquários naturais e pesca esportiva. O tempo da visita varia de acordo com os interesses do visitante e pode ser feita em até dois dias.

Já a fazenda Marabá, tem 30 mil hectares divididos entre o plantio de algodão, soja e a criação de gado confinado. Apresenta sistema organizacional extremamente elaborado atendendo exigências trabalhistas e preservando a integridade da equipe envolvida. O algodão produzido nesta propriedade obtém altos índices de aceitação. Além disso, eles associam o cultivo do solo com o desenvolvimento de preservação ambiental.

Na fazenda Marabá o turista ainda tem a oportunidade de visitar cavernas de arenito, usinas, pomar e trilhas bem elaboradas. Esta propriedade exporta tecnologia e importa qualidade. O foco principal é o cultivo de algodão em plumas. A visita dura em média um dia.

CURIOSIDADES

Campo Verde desponta no cenário nacional como a Capital Nacional do Algodão. Além disso, também está se destacando como beneficiador de aves com a instalação do frigorífico da Sadia na região.

A soja começou a ser cultivada em Campo Verde na década de 80, alcançando em 2005, 151.600 hectares plantados. Já o algodão começou a ser cultivado em 1994 e atualmente ocupa pelo menos 70 mil hectares.

O milho atinge uma área de aproximadamente de 40 mil hectares entre safra e safrinha. As fábricas de rações garantem um significativo consumo dentro do município.

Outro destaque é para o plantel de aves do município que consome cerca de três mil toneladas de ração por mês. O resultado desta atividade é a produção de mais de 11 mil toneladas de adubo orgânico por ano com excelentes níveis de NPK.





Fonte: Sedtur

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